segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

sábado, 25 de dezembro de 2010




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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

BOAS FESTAS E 2011 CHEIO DE CONQUISTAS







Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade nos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país
Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver
...
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

QUE EM 2011 A ESPERANÇA NÃO SE APAGUE, SE PROPAGUE.
BOAS FESTAS E 2011 CHEIO DE CONQUISTAS.

São os mais sinceros desejos de
Anderson Falcão Azevedo & Família

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Organização propõe Encontro Nacional de Secretários Municipais

Organização propõe Encontro Nacional de Secretários Municipais

A reunião plenária ampliada da Comissão Nacional de Organização do PCdoB terminou, nesta sexta-feira (12), aprovando uma série de propostas para o trabalho de organização do partido. As sugestões serão encaminhadas para avaliação do Comitê Central da legenda, que se reúne nos próximos dias 27 e 28.
Uma das ideias sugeridas pela comissão é a realização de um Encontro Nacional de Secretários de Organização das 300 maiores cidades do país. O evento ocorreria no primeiro semestre de 2011 e teria com o objetivo de reforçar o debate para dar mais estruturação ao partido, desde a base, com mais vida militante, lastreada pela atual política de quadros.


Leia também:
Após eleições, PCdoB traça plano de organização partidária

Outro ponto aprovado na reunião foi a promoção de uma ampla campanha de revisão das fileiras partidárias. “Trata-se de revisitar essas fileiras, para ver se os militantes estão colocados nos locais em que se sentem dando sua melhor contribuição e se é possível potencializar sua colaboração na luta política e social”, detalhou o membro do Comitê Central e da Comissão Nacional de Organização, André Bezerra.

Segundo ele, também foi muito bem recebida a proposta de trabalhar para atingir a meta de 400 mil filiados até 2012 e de 500 mil filiados até o 13º Congresso do PCdoB, em 2013. “Todos os presentes defenderam que temos todas as condições para fazermos filiações em massa e com qualidade, para chegarmos a essa meta”, afirmou.

Também foi discutida a necessidade de reforçar e implementar os departamentos estaduais e municipais de quadros. De acordo com André Bezerra, tais departamentos poderão ser de grande importância na organização das conferências e na eleição dos próximos dirigentes do partido.

Os participantes da reunião reforçaram, ainda, a necessidade de ampla utilização do Portal da Organização, recém inaugurado, como instrumento voltado ao maior intercâmbio e controle do trabalho.

A comissão de Organização também aprovou uma mensagem de solidariedade ao vice-presidente da República, José de Alencar, pelas relações fraternais e políticas que o partido sempre teve com ele. Alencar sofreu um infarto agudo do miocárdio na quinta-feira (11) e foi submetido a um cateterismo, mas já deixou a UTI.

“Dirigentes de organização do PCdoB de todo o Brasil, reunidos em São Paulo, nesta sexta-feira, solidarizam-se com o companheiro José Alencar e desejam-lhe pronto restabelecimento”, diz a mensagem.

Leia abaixo a íntegra do texto aprovado da reunião:


REUNIÃO PLENÁRIA DA COMISSÃO NACIONAL DE ORGANIZAÇÃO:

O PCDOB PODE AVANÇAR MUITO MAIS

A terceira vitória popular consecutiva nas eleições presidenciais mantém aberto o caminho estratégico da luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento. Essa foi a maior vitória alcançada pelo PCdoB. O Brasil vai seguir avançando com Dilma presidente, com intenso apoio do povo, dos movimentos sociais e de amplas forças políticas.

Lutar pelo êxito do governo Dilma será o objetivo prioritário do PCdoB, numa situação de muitas pressões e de intensificação dos embates de classes, em função do cenário de crise internacional e da ofensiva reacionária movida pelas forças oposicionistas contra a candidata e o novo governo em processo de formação.

O PCdoB também quer e precisa avançar seu papel, sua força. Colheu resultados políticos positivos nas urnas em outubro. Aumentou suas fileiras e ganhou lideranças expressivas. Novas vitórias podem ser construídas a partir de agora. A presença ativa nos movimentos sociais, nas esferas institucionais de governo, na luta de idéias programáticas e as eleições de 2012 serão bases promissoras para isso.

Força militante mais extensa e organizada em todos esses terrenos é parte inseparável da caminhada. O fator partido é decisivo para o projeto estratégico do PCdoB, em termos de orientação política, unidade e força da militância, solidez ideológica. Se o partido não desempenha bem seu papel, as vitórias são efêmeras.

O rumo apontado pela Resolução da Comissão Política Nacional em março de 2010 é bem definido: instituir em toda extensão a política de quadros do 12º Congresso e perseguir uma vida militante mais intensa em organizações partidárias mais definidas e estáveis. É a nova política de organização construída após os êxitos alcançados nestes últimos anos.

Há, portanto, uma linha político-organizativa a ser aprimorada e enriquecida. No atual ambiente político do país, é preciso persistir nessa linha por muitos anos ainda, para construir força partidária relevante e temperada. A luta pela nova política de organização é essencialmente política e ideológica, com derivações organizativas. Carece essencialmente da liderança do conjunto da direção, em primeiro lugar da CPN.

Estão dadas as condições para alcançar 500 mil membros ou mais no partido até o 13º Congresso. O rumo é assegurar vida militante desde a base; o caminho é o fortalecimento das direções intermediárias nas grandes cidades do país. A reunião plenária da Comissão Nacional de Organização, certa dessas potencialidades, indica ao Comitê Central o exame dessas perspectivas e das seguintes diretivas de ação imediata.

Perseguir de imediato filiações massivas e de lideranças políticas expressivas da sociedade em todos os setores, a partir dos eleitos, dos que foram candidatos e nos segmentos sociais alcançados com nossa campanha.

Preparar desde já o projeto eleitoral 2012-2014 em todos os Estados, com a redefinição do espectro político pós-eleitoral, tomando de imediato iniciativas para construir candidaturas levando em conta não somente as condições de apoios políticos amplos e bases materiais de sustentação, como também a força do fator partido como parte das condições essenciais de viabilidade eleitoral.

Do ponto de vista organizativo, focar os esforços de crescimento e estruturação nas capitais e maiores cidades do país, municípios-pólos ou onde temos prefeituras, em articulação com o projeto eleitoral 2012-2014.

O movimento social em 2011 vai ter papel destacado em função das pressões e contrapressões sobre o novo governo. Salário Mínimo, redução da jornada de trabalho, a questão da educação e saúde, reforma urbana e segurança, terão grande incidência, além dos graves temas relativos à defesa da moeda, do papel do Estado e o regime do pré-sal. Uma pauta precisará ser formada nacionalmente para unificar esforços. A questão envolve também a maior adesão do partido à sua base social, o que tem a ver com a disputa de prefeituras em 2012.

Fortalecer os instrumentos da luta de ideias como parte da luta política e social. Instituir programas de formação especial para as novas lideranças eleitorais do partido e novos filiados, bem como a seleção dos quadros do curso nacional. Retomar a distribuição do programa socialista (até 1 milhão previstos). Implantar a CNM 2011-2012. Realizar nova pesquisa de imagem do partido na sociedade.

O ano de 2011 é de Conferência Nacional sobre a Questão da Mulher. Essa experiência avançada do PCdoB e os êxitos conquistados dá ensejo a aprofundá-la e projetar ainda mais o papel da mulher brasileira na luta por novo projeto nacional de desenvolvimento.

Quanto ao trabalho de organização, desenvolver as seguintes diretivas imediatas:

Assegurar a liderança do Comitê Central e da Comissão Política Nacional na batalha pelo fortalecimento da vida militante orgânica do partido, nos termos da resolução de março de 2010 da Comissão Política Nacional.

Examinar a proposta de meta de 400 mil membros até 2012, priorizando os municípios com mais de 100 mil habitantes e cidades-pólo.

2011 é ano de Conferências estaduais. Portanto, o foco da Política de Quadros são os quadros intermediários, sob responsabilidade dos Comitês Estaduais, integrados ao sistema nacional.

Instituir Estudos Estratégicos, o instrumento formativo do Departamento de Quadros.

Propor a realização de um Encontro Nacional de Secretários de Organização das 300 maiores cidades do país já em preparação de 2012 em cotejo com o problema da maior estruturação militante desde a base.

Promover uma ampla revisão organizativa das fileiras partidárias, conformando-as melhor, estruturando-as preferencialmente com base nas relações de trabalho e avançar na formação de um número maior de quadros intermediários para sustentar maior vida militante no partido. As conferências partidárias de 2011 serão o veículo para isso.

Implantar o Gestão Integrada de Direção, instrumento da Comissão Política Nacional e dos Estados para socializar o trabalho de direção entre seus integrantes.

São Paulo, 11 de novembro de 2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

MANIFESTO PELA CONQUISTA DE UM MANDADO COMUNISTA NA ASSEMBLÉIA CAPIXABA

“Um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade.” (Raul Seixas)


Com o governo LULA o Brasil deu um enorme salto de qualidade em todas as áreas. DILMA é a continuidade do projeto iniciado por Lula e seus aliados e, certamente se empenhará na manutenção e no aprofundamento das conquistas alcançadas. E o Espírito Santo se beneficia diretamente desse crescimento.

O retorno do PC do B, na Assembléia Legislativa é imprescindível para consolidar aqui esses avanços. Estamos na era do pré-sal, dos grandes investimentos. O ES tem sistematicamente se posicionado entre os estados que mais cresce. Mas ainda há um grande fosso social, profundas desigualdades, poucos investimentos sociais. Temos força e maturidade para contribuir com o avanço do Brasil e do nosso estado. No entanto, para que nossa voz tenha ressonância é preciso legislar no parlamento em prol de um projeto democrático e revolucionário a todos os capixabas. É chegada a hora!

Todos os oito candidatos do PC do B a Deputado Estadual são valorosos camaradas, estão comprometidos e tem dado uma importante contribuição na divulgação de idéias transformadoras e fazem um brilhante trabalho. Entretanto o êxito de nossa tática eleitoral, passa muito pelo desprendimento da militância na justa orientação política, neste momento, de pensar no partido e optar pela concentração naquele que tem maiores chances. Precisamos eleger um Deputado, precisamos de um mandato!
A nossa têmpera revolucionária, a convicção na força de nossos ideais, a dedicação e o comprometimento de todo o contingente militante nessa luta é fundamental. Seguramente a vitória eleitoral dos comunistas capixabas ganhará significado marcante e histórico.

NETO é o CAMARADA que tem chance real de se eleger. Estamos em uma coligação com outros partidos e a possibilidade concreta é de eleger de um a dois. Neto encabeça a lista, além do seu bom desempenho em Baixo Guandu, onde figura com 62% das intenções de votos na cidade.

A partir de agora todo voto é importantíssimo, vamos juntos garantir a vaga para o partido na Assembléia Legislativa.

Você pode e deve ser protagonista desse feito, assuma sua trincheira, vamos ao combate com nossa política, pois sua militância consciente dedicação farão com que a bandeira do Partido Comunista do Brasil continue vermelha e tremulando bem alto! Cada voto conquistado será de grande valor para conquistarmos uma cadeira na Assembléia Legislativa do Espírito Santo.

Apoiar NETO BARROS 65.123, hoje, significa ter um PC do B para todos e todas, significa construir espaços cidadãos de participação, significa patrocinar a vida partidária e a educação socialista, a crítica e a dialética, dimensionada pela esperança, pelo sonho e pela realidade de quem pensa junto. Por tudo isso, o PC do B do Espírito Santo, precisa e terá NETO BARROS – DEPUTADO ESTADUAL.

ATÉ A VITÓRIA!
ASSINAM ESTE MANIFESTO:

DIRENTES ESTADUAIS

ANDERSON FALCÃO AZEVEDO - SECRETÁRIO DE ORGANIZAÇÃO VILA VELHA
CARLOS AUGUSTO (GUTO) – PRESIDENTE ESTADUAL DO CEBRAPAZ VILA VELHA
CLAUDIA HOFFMANN VILA VELHA
CARLOS EDUARDO (CABELO) – PRESIDENTE DO COMITÊ MUNICIPAL ARACRUZ
EDUARDO NASCIMENTO VILA VELHA
ERALDO MATIELO – PRESIDENTE MUNICIPAL SÃO GABRIEL DA PALHA
EROMILDO CRUZ – PRESIDENTE DO SINDICATO ESTADUAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS VITÓRIA
JANICE MUNIZ DE MELO – PRESIDENTE DE COMITÊ MUNICIPAL E MEMBRO DA COMISSÃO POLÍTICA ESTADUAL VILA VELHA
JONAS RODRIGUES DE PAULA – SECRETÁRIIO SINDICAL E MEMBRO DA COMISSÃO POLÍTICA ESTADUAL VITÓRIA
JOSÉ CARLOS COUTINHO – PRESIDENTE DO COMITÊ MUNICIPAL CARIAICICA
LEÔNIA TOZZETTI – PRESIDENTE DCE UVV VILA VELHA
LUIZA DIAS BARBOSA - SECRETÁRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS E MULHERES E MEMBRO DA COMISSÃO POLÍTICA ESTADUAL SERRA
MARCELO BRANDÃO – PRESIDENTE DA ESTADUAL DA UJS E MEMBRO DA COMISSÃO POLÍTICA ESTADUAL VITÓRIA
MAURICIO VILELA - SECRETÁRIO ESTADUAL DE FORMAÇÃO E MEBRO DA COMISSÃO POLÍTICA ESTADUAL VILA VELHA
MÔNICA SIMÕES – MEMBRO DA COMISSÃO POLÍTICA ESTADUAL VITÓRIA
NODIR B.DE MELO COLOMBO – CANDIDATO A DEPUTADO FEDERAL PELO PCDOB E PRESIDENTE DO COMITÊ MUNICIPAL SÃO GABRIEL DA PALHA
PATRÍCIA NUNES – MEMBRO DA COMISSÃO POLÍTICA ESTADUAL VILA VELHA
RICARDO SANTANA TRISTÃO VITÓRIA
SARA CAVALCANTI – SECRETÁRIA DE FINANÇAS. SERRA
WILLIAN DE SOUZA MUQUI - VEREADOR E PRESIDENTE MUNICIPAL ECOPORANGA

DIRIGENTES MUNICIPAIS, MILITANTES E FILIADOS

EDSON RABBI – DIRIGENTE MUNICIPAL VILA VELHA
RODRIGO PEPÊ – MÚSICO – DIR. MUN. VILA VELHA
FRED AZEVEDO – SECRETÁRIO DE FINANÇAS VILA VELHA
FLÁVIO PORTO – UJS/UVV VILA VELHA
LARISSA – UJS/UVV VILA VELHA
LENINE – BASE CENTRO VILA VELHA
LUANNA – UJS – PRAIA DA COSTA VILA VELHA
DENISE PAZZITO –PROFESSORA E PEDAGOGA ITAPOÃ VILA VELHA
MARCEL – PROFESSOR DIREITO/UVV VILA VELHA
JOB MENEZES – MÚSICO VILA VELHA
ANDERSON LIMA – DIRETOR E PROFESSOR DE TEATRO VILA VELHA
MARISTELA CALABREZ – ADMINSTRADORA VILA VELHA
THIAGO VESCOVI – FUNC. PÚBLICO ESTADUAL – BARRA DO JUCU VILA VELHA
ELIZABETH NUNES (BETH) – ITAPOÁ VILA VELHA
GERALDO FERRAZ – FEDERAÇÃO CAPIXABA DE BOX – COQUEIRAL VILA VELHA
MERCEDES – ITAPUÃ VILA VELHA
FRAGA FAZ – COMERCIANTE GRÁFICO – CENTRO VILA VELHA
TOB GIL – MÚSICO – CENTRO VILA VELHA
MARCELO – BARRA DO JUCU VILA VELHA
DNA GRAÇA – ULISSES GUIMARÃES VILA VELHA
MARIZETE – CIDADE DA BARRA VILA VELHA
TANIA – ILHA DAS FLORES VILA VELHA
RICARDO – DIVINO ESPÍRITO SANTO VILA VELHA
REINALDO - IBES VILA VELHA
SANDRA – ARIBIRI VILA VELHA
BETO CABEÇÃO – VILA GARRIDO/BATISTA VILA VELHA
ANDERSON – TERRA VERMELHA VILA VELHA
APARECIDA – ALECRIM VILA VELHA
JOÃO – BLOCO UNIDOS DA TOCA VILA VELHA
CARLITINHO – 1º DE MAIO VILA VELHA
JORGE COUTINHO (CARA PRETA)-ITAPOÃ VILA VELHA
KARINE FIORESI – ITAPOÃ VILA VELHA
MARCOS GONÇALVES – SANTA INÊS VILA VELHA
MARADONA – PRES. BLOCO BAFO DE BODE –ITAPUÃ VILA VELHA
DANILTON – ALVORADA VILA VELHA
PEDRO LISBOA – B. DO JUCU VILA VELHA
DOCCA LOUREIRO – JORNALISTA E PRODUTOR CULTURAL VILA VELHA
DANIEL – JORNALISTA E FOTÓGRAFO - JABURUNA VILA VELHA
DANIELA TEIXEIRA – PRODUTORA CULTURAL VILA VELHA
ANA LUIZA – MODELO, RAINHA DO CHOCOLATE VILA VELHA
DONA TEREZA – LIDERANÇA COMUNITÁRIA DE COBI VILA VELHA
GILSON – PRODUTOR DE EVENTOS VILA VELHA
ALEXANDRE – PRODUTOR DE EVENTOS VILA VELHA
JOHNYRIOS MANHÃES – MARINHEIRO VILA VELHA
CARLOS EDUARDO VILA VELHA
SAGAZ – HIP HOP VILA VELHA
ARGEU PEREIRA GAMA – PORTUÁRIO E PSICÓLOGO VILA VELHA
JORGE MIRANDA- VEREADOR PIÚMA
HERALDINHO- VEREADOR PIUMA
HÉLIO BRITO – SECRETÁRIO DE FORMAÇÃO CONCEIÇÃO DA BARRA
ARILDO CORREIA- VICE-PRESIDENTE CONCEIÇÃO DA BARRA
ISABELE G. DE BRITO- SEC. DE ORGANIZAÇÃO CONCEIÇÃO DA BARRA
THIAGO DE AGRELA COUTINHO - SEC. DE FINANÇAS CONCEIÇÃO DA BARRA
DANIEL COSWOSK DOS SANTOS – SEC. DE JUVENTUDE CONCEIÇÃO DA BARRA
FABIANA DOS SANTOS DA CONCEIÇÃO - SEC. DE NNEGROS CONCEIÇÃO DA BARRA
MANOEL P. ALVES – VICE-PRESIDENTE DO PARTIDO E PRESIDENTE DA UNEGRO MUNICIPAL ECOPORANGA
OTACÍLIO JOSE DE ALMEIDA – SEC. DE FINANÇAS ECOPORANGA
LEIDIMAR G. BARBOSA – SEC. DE ORGANIZAC ECOPORANGA
AILTON N. DOS SANTOS – DIRIGENTE MUNICIPAL ECOPORANGA
NILZA R. DOS SANTOS - DIRIGENTE MUNICIPAL ECOPORANGA
ADIRCEU R. DE OLIVEIRA - DIRIGENTE MUNICIPAL ECOPORANGA
DEMILSON A. MARTINS ECOPORANGA
ANTONIO PEREIRA AMARAL - DIRIGENTE MUNICIPAL ECOPORANGA
MARCELO D. BARBOSA – SECRETARIO MOVIMENTOS SOCIAIS SERRA
MARDILIO FERREIRA DOS SANTOS – PROFESSOR, HISTORIADOR E SECRETARIO DE FORMAÇÃO MUNICIPAL SERRA
MATEUS DE SOUZA – DIRETOR MUNICIPAL DA UJS SERRA
JAQUELINE RIBEIRO VARGAS - DIRETORA MUNICIPAL DA UJS SERRA
ADRIANA RODRIGUES – FILIADA DA UJS SERRA
RODRIGO DOS S. NASCIMENTO- ASSOCIAÇÃO DE MORADORES SERRA
MANOEL M. BISPO – VICE-PRESIDENTE DA ESCOLINHA DE FUTEBOL SERRA
RAUL OLIVEIRA – DIRETOR MUNICIPAL DA UJS SERRA
JULIO CÉSAR BENTO – BAIRRO DE FÁTIMA SERRA
DANIEL ROSSI - TRABALHADOR DA CST SERRA
LUIZ GUTEMBERB MACHADO FRAGA – PRESIDENTE GUARAPARI
FABIO TEIXEIRA BORIN – VICE PRESIDENTE GUARAPARI
HERUSIA SOARES – SECRETARIO DE FINANÇAS GUARAPARI
MÍDIA ROSA DA S. FRAGA – SECRETARIO DE ORGANIZAÇÃO GUARAPARI
ANDRELINO ARAGÃO – SECRETARIO DE FORMAÇÃO DO PCDOB SÃO MATEUS
ADEMAR CLOVES DOS SANTOS – PRESIDENTE DO CENTRO COMUNITÁRIO DE MORADA DO RIBEIRÃO SÃO MATEUS
NESTOR AMORIM FILHO – PRESIDENTE MUNICIPAL NOVA VENECIA
OSNIR MARCELOS – VICE PRESIDENTE NOVA VENECIA
SAMILLA MANTOVANELLI AMORIM – SECRETÁRIA DE ORGANIZAÇÃO NOVA VENECIA
ELIEL BODRINI – SECRETÁRIA DE FINANÇAS NOVA VENECIA
JOSÉ ALINO GUSSON – DIRIGENTE MUNICIPAL NOVA VENECIA
ROGÉRIO DA SILVA BARROS – DIRIGENTE MUNICIPAL NOVA VENECIA
MARCOS VIEIRA DANIELETTO – DIRIGENTE MUNICIPAL NOVA VENECIA
CARLOS EDUARDO (CABELO) – PRESIDENTE MUNICIPAL E ADVOGADO ARACRUZ
HELIO GARCIA – PRES. DO PCDOB /COLATINA COLATINA
REGINALDO A. FERRON – VICE PRESIDENTE COLATINA
KASSIO B. VIEIRA – SECRETARIO DE FINANÇAS COLATINA
WANDERSON C. DOS PASSOS – SECRETARIO DE ORGANIZAÇÃO COLATINA
JOSE DIAS – DIRIGENTE MUNICIPAL COLATINA
JOSÉ REINALDO SANTOS ALVES – MEMBRO DA DIREÇÃO COLATINA
JOSE REINALDO S. ALVES - DIRIGENTE MUNICIPAL COLATINA
PEDRO ERNESTO – PRES. PCDOB/CACHOEIRO CACHOEIRO
ALMIR FORTE DOS SANTOS – COMITÊ MUNICIPAL CACHOEIRO
MARCO A. ADRIANO – SECRETARIO DE FINANÇAS MUNICIPAL CACHOEIRO
MARLENE DE SOUZA CESAR - MEMBRO CACHOEIRO
JOSE CARLOS COUTINHO – PRESIDENTE MUNICIPAL CARIACICA
PEDRO ANTONIO RODRIGUES – VICE PRESIDENTE CARIACICA
MILTON DAVID THOMAZINI – SEC. DE FINANÇAS CARIACICA
MARCELO C. DE SANT’ ANNA – SECRETARIO DE COMUNICAÇÃO CARIACICA
MARLON A. MONTEIRO RODRIGUES – DIRIGENTE MUNICIPAL CARIACICA
WOLMER JUNIOR MUNDT – DIRIGENTE MUNICIPAL CARIACICA
CARLOS ROBERTO ROSA – DIRIGENTE MUNICIPAL CARIACICA
EMANOEL JANEIRO – DIRIGENTE MUNICIPAL CARIACICA
ANCELMA BERNARDOS – ADVOGADA TRABALHISTA CARIACICA
MAX SUEL DUMMER COUTINHO – PRESIDENTE AFONSO CLÁUDIO
EDSON AFONSO - VICE-PRESIDENTE AFONSO CLÁUDIO
JOSÉ JÚLIO DE PAULA CUNHA – DIRIGENTE MUNICIPAL AFONSO CLÁUDIO
ROBSON LOUSADA CARDOSO – DIRIGENTE MUNICIPAL AFONSO CLÁUDIO
ORLI POTRATZ – DIRIGENTE MUNICIPAL AFONSO CLÁUDIO
JOÃO BATISTA CUNHA – DIRIGENTE MUNICIPAL AFONSO CLÁUDIO
CORINA FERREIRA TORRENTE COUTINHO – DIRIGENTE MUNICIPAL AFONSO CLÁUDIO
LAIZE DUMMER COUTINHO – DIRIGENTE MUNICIPAL AFONSO CLÁUDIO
ALVENI LAPA ARAÚJO – SECRETÁRIO GERAL ANCHIETA
GLAUCIA PERINI - VICE-PRESIDENTE ANCHIETA
LORENA SANTOS FERRAZ - PRESIDENTE ANCHIETA
RUBENS LIRIO - SECRETÁRIO ANCHIETA
JOSÉ DE BARROS NETO - PRESIDENTE BAIXO GUANDÚ
GILBERTO FREDERICO – VICE PRESIDENTE BAIXO GUANDÚ
VANDA APARECIDA GARCIA – SECRETÁRIO DE FINANÇAS BAIXO GUANDÚ
MARTA LUZIA BENFICA – SECRETÁRIA DE ORGANIZAÇÃO BAIXO GUANDÚ
THAYS SILVA PIROLA - MEMBRO BAIXO GUANDÚ
LUCIO FLÁVIO ALVES – SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO BAIXO GUANDÚ
ARI LIMA DE SOUZA – MEMBRO DA DIREÇÃO MUNICIPAL FUNDÃO
LUIZ CARLOS CORREA DA SILVA - PRESIDENTE MUQUI
ADRIANO MASSINI BATISTA – DIRIGENTE MUNICIPAL MUQUI
ALEXANDRE DA SILVA LETHIEIR - DIRIGENTE MUNICIPAL MUQUI
REINALDO DE SOUZA AZEVEDO - DIRIGENTE MUNICIPAL MUQUI
REINALDO RODRIGUES APRIGIO - DIRIGENTE MUNICIPAL MUQUI
ROSELIA MARQUES SPORRI - DIRIGENTE MUNICIPAL MUQUI
THIAGO DA SILVA GOMES – DIRIGENTE MUNICIPAL MUQUI
ERALDO J. MATTIELLO – PRESIDENTE MUNICIPAL SÃO GABRIEL DA PALHA
NODIR B. MELLO COLOMBO – SECRETÁRIO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS E POPULARES SÃO GABRIEL DA PALHA
MAURINHO MAFFIOLETTI – SECRETÁRIO DE ORGANZIAÇÃO SÃO GABRIEL DA PALHA
ALAIANE W. POTIN – SECRETÁRIO DE JUVENTUDE SÃO GABRIEL DA PALHA
VALMIR FERREIRA DE NOVAES – SECRETÁRIO DE FINANÇAS SÃO GABRIEL DA PALHA

Apoiadores da UJS

Marcelo Brandão (Vila Velha)




Marcos Carvalho (Colatina)





KAKAU (Baixo Guandu)







º° вєвєтα (Vila Velha)





ミ Hєяσм Dävïd (Baixo Guandu)


Waldyr (Baixo Guandu)


Joao Victor (Linhares)



Felipe Kennedy (Vitoria)



Sagaz (Vitoria)



Leonia & Ueslei (Vila Velha)





Keyla (Linhares)


Luanna (Vila Velha)


✿.¸¸. Jaciara (Linhares)


Flavio (Vila Velha)


Elvis, Samanta, Bianca, Lorena, Jessica e Frank (Gov. Lindemberg)

Marquim “Du Lodo”, Roberta, Leticia, Francisco, Erielton (Linhares)

Natiara, Giarla, Marcus Vinicius, Paulinha (Ecoporanga)

Alaiane, Ivan (São Gabriel)

Marcos Rodrigo (Guarapari)

Gabriel Souza, Natália, Gustavo (Vitória)

Walmir, Narah, Jaqueline, Sara, Mateus, Tales, Nenel (Serra)

Graziela, Gleisy, Jivago, Thomas e Anderson (São Mateus)

Italo, Hebert (Afonso Claudio)

SE VOCE AINDA NÃO ASSINOU ESSE MANIFESTO, ASSINE AGORA, REPASSE TAMBÉM PARA OS SEUS CONTATOS E RETORNE COM OS NOVOS APOIOS.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

MENSAGEM DO PRESIDENTE NACIONAL DO PCDOB

São Paulo, 15 de setembro de 2010.



Camaradas,

Estamos nos aproximando do dia 3 de outubro, data das eleições para Presidente da República, para o Senado Federal, para a Câmara dos Deputados, para os Governos estaduais e Assembléias Legislativas. Como este ano serão dois votos para o Senado, cada eleitor deverá escolher seis candidatos e candidatas na hora de votar. O Partido Comunista do Brasil, mais uma vez, tem uma grande responsabilidade neste processo eleitoral. O PCdoB desde o inicio da pré-campanha tomou diversas iniciativas, lutando para que se forjasse uma ampla aliança política em torno do nome de Dilma Rousseff – candidata consagrada pela Coligação para o Brasil Avançar – para dar continuidade ao ciclo político democrático e popular inaugurado por Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. Ao lado deste esforço de aglutinação de forças progressistas e democráticas, o nosso Partido também elaborou um conjunto de propostas concretas para a construção de um Programa comum, que servisse de plataforma avançada para a candidatura de Dilma, hoje francamente favorita a vencer a eleição, tornando-se a primeira mulher com chances de se eleger Presidente do Brasil.

Assim sendo, convido as militantes e os militantes, filiadas e filiados ao PCdoB, a se informarem a respeito de nossos candidatos e candidatas, e também sobre os nomes eventualmente de outras organizações políticas indicados pelo Partido em todas as unidades da federação e em todos os municípios do país. Nestas eleições, além de lutarmos pela consagração de Dilma Rousseff para presidente da República, vamos concentrar todos os esforços para eleger uma bancada de senadores e senadoras pela primeira vez em nossa história de 88 anos, vamos trabalhar para chegarmos ao patamar de 20 representantes na Câmara dos Deputados em Brasília e ao mesmo tempo ampliar os espaços dos comunistas e aliados nos Governos estaduais , destacando-se nossa luta pela conquista do Governo do Maranhão e nas Assembléias Legislativas.

Todos deverão ser mobilizados nesta reta final de campanha para se posicionarem e exercerem seu dever de divulgação e propagação de nossas propostas e dos nossos candidatos. Se você tem parentes e amigos em outras cidades, em outros estados, envie uma indicaçao de voto em nossos candidatos. Cada voto conquistado será de grande valor para a ampliação da base política necessária para acumular forças para a construção de um Brasil democrático e soberano, popular e socialista.

Em nossa página na internet, http://www.candidatospcdob.com.br/ você poderá pesquisar os candidatos. Se houver alguma dúvida, ligue no comitê municipal ou estadual, ou então ligue na sede nacional do PCdoB, em São Paulo, no telefone 11-3054-1800. Contamos com sua participação ativa neste processo.

Bom trabalho!



RENATO RABELO

Presidente do Partido Comunista do Brasil

domingo, 8 de agosto de 2010

NOTA DE FALECIMENTO

É com muita tristeza que comunicamos o falecimento do camarada Andre Nardoto.

André é membro da direção estadual do PC do B. Sindicalista, professor e atuante na área de educação. Estava no segundo mandato de vereador pelo PCdoB na cidade de São Mateus, onde também exercia a tarefa de Secretário Municipal de Educação.

André Nardoto foi candidato único a Deputado Estadual pelo PCDOB em 2006, num momento muito desfavorável para o partido. Mesmo assim cedeu seu nome para uma tarefa muito difícil e foi a luta.

Camarada, amigo, Pai, casado com Cibelia, Andre Nardoto era um lutador admirado por todos. Homem de moral inquestionável e de uma solidariedade incomparárel. Certamente, se não fosse em razão de uma doença que lhe perseguia há alguns anos e infelizmente lhe ceifou a vida, André ainda emprestaria sua inteligência e combatividade a muitas causas nobres e justas, além do povo e seu partido elevariam seu nome a posição maiores.

O PCDOB, seu primeiro e único partido lhe admirava e respeitava e tinha nele um exemplo. Sua partida deixa abalado sua esposa, família e amigos, mas também deixa órfão seus camaradas e uma profunda sensação de vazio dentro do partido.

André Nardoto você nunca será esquecido, seu exemplo será sempre lembrado.

ANDRÉ NARDOTO VOCÊ ESTÁ PRESENTE!



Anderson Falcão Azevedo
Secretário Estadual de Organização

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dilma defende Brasil como potência esportiva e social em 2016

No dia em que o Brasil comemora 90 anos de suas primeiras medalhas olímpicas, nos Jogos da Antuérpia, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff, foi recebida no Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no Rio de Janeiro. Falando para atletas, delegados do Comitê e convidados, a petista disse que não considera “baratinho” investir em esporte, como seu adversário vem dizendo.
“Não acho que o esporte é baratinho. Tampouco acho que para fazer esporte pode ser feito com pouco dinheiro. O nosso país tem um tamanho que justifica que os nossos sonhos também tenham o tamanho dele”, disse, sob aplausos. “Tenho certeza de que somos capazes de investir em trem de alta velocidade e ao mesmo tempo fazer metrô. Acabou a época de pensar pequeno e realizar menos ainda. Agora, pensamos alto e buscamos realizar ainda mais.”

Dilma ganhou do campeão olímpico Joaquim Cruz um uniforme personalizado dos atletas brasileiros. Vestida com o agasalho verde e amarelo, ela lembrou o seu comprometimento com a realização dos Jogos Olímpicos e a instalação de centros de excelência para esportes de alto rendimento no Brasil.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, elogiou os avanços conquistados no governo Lula para a área do esporte e citou a lei de incentivo que isenta de impostos os investimentos em projetos esportivos e a importação de equipamentos. O dirigente pediu aplausos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela conquista dos Jogos Olímpicos para o Brasil.

Oportunidades para os jovens

A candidata afirmou que as Olimpíadas de 2016 devem servir para o Brasil ter esporte de alto rendimento e para o desenvolvimento social dos seus jovens. “Queremos fazer das Olimpíadas um instrumento para tornar o Brasil uma das maiores e melhores potências esportivas do mundo e num país campeão de oportunidades para seus jovens. Queremos ser uma potência esportiva e social. É o que queremos desse grande evento que são as Olimpíadas.”

Assim como Dilma, os candidatos José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) já se reuniram com o COB e tomaram conhecimento do planejamento esportivo até 2016. “Queremos um país com alto desempenho esportivo. Um país que treine seus atletas com o melhor que a tecnologia pode oferecer”, afirmou Dilma, ao final do encontro. “Os Jogos de 2016 demarcam a criação de toda uma estrutura que garanta o sucesso esportivo do Brasil. Precisamos criar uma rede nacional de treinamento, Centros Olímpicos Nacionais e contribuir para massificar a prática dos esportes de base no Brasil”, completou Dilma.

Dilma defendeu a ampliação do programa Bolsa Atleta e que ele seja estendido também para aqueles que já recebem patrocínios. Segundo ela, outro programa que deve ser expandido é o Segundo Tempo, que dá às crianças e aos jovens a oportunidade de praticar esportes quando saem das aulas.

Estiveram presentes à reunião desta segunda-feira, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, o prefeito da cidade, Eduardo Paes, o Ministro do Esporte, Orlando Silva, além de presidentes de Confederações Brasileiras Olímpicas, atletas e ex-atletas olímpicos, como Joaquim Cruz, Robson Caetano (atletismo), Carlão, Jacqueline Silva, Sandra Pires, Shelda Bedê, Nalbert Bitencourt, Franco (vôlei), Natália Falavigna (taekwondo), Rosicléa Campos e Flávio Canto (judô), entre outros.
Fonte: www.dilma13.com.br

Matéria atualizada às 23h40 para acréscimo de informações

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Novas bases para enfrentar o racismo

(Publicado no Vermelho)
Por Beto Almeida (*)
“Uma notícia ta chegando lá do interior
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão...”
Milton Nascimento e Fernando Brant

Nesta semana que termina o Estatuto da Igualdade Social foi sancionado pelo presidente Lula. Para um país que teve quase 4 séculos de escravatura, sendo o último a abolir este opróbrio, e , tendo ficado 112 anos à espera de uma legislação que consolidasse bases para um enfrentamento mais vigoroso ao racismo ainda vigente em nossa sociedade tão desigual, o episódio mereceria um destaque muito maior por parte dos meios de comunicação. Mas, sem surpreender, a grande mídia comercial noticiou apenas discretamente o evento. Nenhum grande jornal deu na primeira página. E o Jornal Nacional da TV Globo fez apenas uma notinha curtíssima para a importância do fato, sem imagens. Ou seja, na proporção inversa da ampla divulgação que deu, por meses, à campanha do DEM contra as cotas para alunos pobres e negros na universidade.

Já a Voz do Brasil, programa radiofônico que também nesta semana fez mais um aniversário, cobriu decentemente a sanção do Estatuto da Igualdade Racial, mesmo estando sob ataque da ideologia mídia de mercado, que quer mais uma hora para entupir os ouvidos do povo, predominantemente, com mais baixaria e publicidade. Portanto, nos grotões, nos quilombos, nos assentamentos da reforma agrária onde a Voz do Brasil alcança, a notícia até que chegou. Mas, como diz a música “Notícias do Brasil”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, a depender da grande mídia comercial, a informação ou é nula ou é a mais resumida possível. Será nostalgia das senzalas e do pelourinho por parte dos barões da mídia?

É preciso lutar para a lei pegar

Muitas conclusões podem ser tiradas da entrada em vigor do Estatuto da Igualdade Racial. Entre elas, certamente, a de que como nos demais estatutos, entre eles da Criança e do Adolescente, o do Idoso, ou o Código de Defesa do Consumidor, a sua plena vigência não é automática. Será preciso lutar para esta lei pegar. Com a dinâmica das lutas é que as leis se consolidam, se aperfeiçoam, ampliam direitos. A licença maternidade, por exemplo, instituída em 1932, na Era Vargas, estabelecia apenas dois meses. Acaba de ser ampliada para 6 meses. Em Cuba, há décadas, a licença maternidade é de um ano, e beneficia também o pai por um certo período.

Afinal, aqui estamos numa sociedade capitalista, com desigualdades trágicas, e onde a lei ainda é presa fácil do poder econômico e onde nem a própria Constituição alcançou ainda sua plenitude. Sem contar que tratam-se de textos legais rigorosamente desconhecidos da grande massa do povo brasileiro. Está escrito na lei que é crime matar, mas a taxa de homicídios impunes no Brasil alcança a tenebrosa estatística de 93 por cento dos casos, que ficam sem solução, são arquivados. Assim, transpondo para o Estatuto, para que ele realmente vire um texto a ser cumprido à © indispensável a convocação da cidadania, dos sindicatos, dos movimentos sociais, para conscientizarem-se de sua existência, de seus alcances e limites. E também da necessidade de protagonismo e militância caso queiramos empreender uma inadiável batalha contra esta praga social do racismo. Talvez por isso mesmo a grande mídia não divulga, esconde, quando era tema para se fazer do Estatuto um grande fato comunicativo.

A insensibilidade social da mídia

Dois episódios me ocorrem para provar a insensibilidade social das oligarquias que dominam estes meios de comunicação como se administrassem um latifúndio do espectro eletromagnético ou impresso informativos. Quando Monteiro Lobato, revoltado com o analfabetismo de nossa gente, apelou a uma família proprietária de grande jornal paulista para que a imprensa realizasse uma cruzada contra este subproduto da deseducação, da ignorância e da pobreza. A resposta que recebeu de veria estar em todos os cadernos de alfabetizadores para lembrar que a alfabetização sempre teve inimigos nas oligarquias. “ Ô Lobato, mas se todos os negros analfabetos forem aprender a ler, quem é que vai pegar na enxada??”, ouviu um atônito Lobato, registrando-se no episódio uma soma de elitismo com racismo.

No outro episódio, ocorrido décadas depois, o diretor de redação deste mesmo jornalão paulista mata a sua namorada com três tiros, confessa o crime, é condenado e continua absolutamente livre. O motivo para o crime? A jovem jornalista, de origem pobre, meio mulata, queria terminar o namoro. Pena de morte! Ou seja, mesmo sendo proibido matar, mesmo tendo havido a confissão, mesmo tendo sido condenado, o tal jornalista, está desfilando sua impunidade livremente, indicando que tipo de ódio social pode estar sendo cultivado nas cúpulas de quem faz a comunicação no Brasil e a maneira muito especial que o Judiciário tem para julgar casos a ssim!. Quem será a próxima? Por isso, sem uma convocação da sociedade para transformar este Estatuto em muito mais que uma referência longínqua e teórica, nós poderemos talvez constatar que o racismo ainda irá resistir por mais tempo, mesmo sem qualquer razão para existir, pois trata-se de um crime.

Brasil tem novo rumo

A outra lição a ser tirada, orgulhosamente, é que o Brasil está na contra-mão das ondas de racismo e xenofobia que grassam pelos grandes países capitalistas, sobretudo naqueles países que se arrogam avançados. Ondas que vêm acompanhadas da demolição de uma série de direitos trabalhistas e sociais conquistados na edificação do Estado do Bem-Estar Social. Tudo isto em razão da crise do capitalismo que está sendo descarregada impiedosamente sobre os trabalhadores. O Brasil está ampliando direitos sociais!

Países como Suíça, Áustria ou mesmo França, debatem-se entre a tomada de medi das legais que restringem, agridem, desrespeitam trabalhadores negros e árabes que por lá trabalham. E em outros países como Itália, Espanha e Inglaterra, na prática o racismo vai mostrando seus dentes criminosos, seja nas condutas dos agentes públicos, dos agentes de emigração, e, muito especialmente dos agentes policiais. Estes, chegam ao ponto até há não hesitar em matar em caso de dúvida para com um negro, um mulato, um árabe, sempre que houver a dúvida, como dolorosamente ocorreu com o mineiro Jean Charles Menezes, executado em pleno metrô de Londres com 7 tiros na cabeça. Foi considerado terrorista por ter a pele amorenada e o cabelo não liso!!! Recentemente, o primo de Jean Charles, que também trabalhou na Inglaterra e luta para que se faça justiça de fato neste caso - o governo inglês deu uma indenização à família pela morte, como se fosse uma mala extraviada - acaba de ser deportado ao tentar entrar novamente naquele país que também está empilhando cadáveres no Afeganistão e no Iraque, além de ameaçar a Argentina com nova agressão militar ilegal pelas Ilhas Malvinas.

Basta uma consulta sobre quem anda preso hoje na Europa e encontraremos, na maioria, um contingente de jovens negros, árabes, pobres, recebendo o castigo da prisão. As estatísticas judiciárias nos EUA também revelam uma população carcerária predominantemente negra, pobre, asiática e hispânica. O mesmo ocorrendo sobre quem hoje está no corredor da morte para ser executado lá. Entre eles, o jornalista negro Múmia Abu Jamal, condenado num processo repleto de irregularidades e exatamente por Juiz conhecido por ser o campeão em enviar negros para a cadeira elétrica, onde fica claro que o crime principal de Múmia é o de ter nascido com a pele negra.

O Estatuto da Igualdade Racial é um passo forte nesta luta contra o racismo no Brasil, indicando direção oposta ao que ocorre no mundo. Da mesma forma que mui tos países chamados de desenvolvidos estão fechando-se aos emigrantes, punindo-os, o Brasil adota política de abertura jurídica de espaços generosos aos estrangeiros que aqui vivem, linha oposta à xenofobia. Assim como nos EUA, em 1963, o Presidente Kennedy teve que enviar tropas do exército para garantir a matrícula de dois jovens negros na Universidade do Alabama, então vetada a negros, um estatuto aqui deverá ser alavanca para mobilizar vontades conscientes e dar bases jurídicas para que os que praticam racismo sejam condenados. Depois daquele episódio no Alabama, muitos massacres de negros houve nos EUA, e ainda os há. Executaram Martin Luther King e Malcon X. Aqui no Brasil os massacres se acumulam. Entre eles o massacre do Carandiru, dos 111 presos, quase todos pretos, como diz a música do Caetano. A Chacina da Candelária, a de Acari, a de Vigário Geral. Negros são os primeiros a tombar.

É preciso parar o Carandiru diário br />
O Estatuto da Igualdade Racial também desafia e estimula a criação de ações concretas por parte da Secretaria Especial de Direitos Humanos no sentido de coibir a prática diária de torturas nos estabelecimentos prisionais brasileiros. Houve uma concentração de esforços na apuração de tortura e assassinatos ocorridos durante a ditadura, mas não tem havido uma política eficiente da Secretaria contra a tortura diária, prática corriqueira, que atinge sobretudo pobres e negros agora mesmo na maioria destes órgãos judiciais.

Se o Estatuto dá as bases jurídicas para a punição da prática de racismo na internet, se protege os direitos das comunidades quilombolas, se proíbe às empresas a prática de critérios étnicos para preenchimento de vagas de emprego e, entre outras, torna obrigatório o ensino de história geral da África e da população negra do Brasil em escolas públicas e privadas do ensino fundamental e médio - e todos este s são pontos muito positivos para uma nova realidade de luta global contra o racismo - mesmo assim, só uma militância vigorosa, atenta, fortalecida fará com que a transformação pretendida seja a mais rápida, a mais profunda, a mais ampla.

O Estado brasileiro, ainda marcado por todos os vícios e deformações inerentes a um estado com as características da burguesia, vem experimentando por meio da convocação de Conferências Públicas, as mais variadas formas de democratização. Desde a primeira Conferência Nacional de Saúde, ocorrida também na Era Vargas, em 1942, e sobretudo durante o governo Lula, um torrencial de demandas e propostas está sendo perfilado, organizado, tornado visível, proclamado, muito embora, em vários casos, ainda sem conseguir a relação de forças adequadas para as mudanças mais radicais, mesmo sendo absolutamente necessárias. Algumas das bandeiras do movimento negro e dos movimentos sociais em geral, somente serão real idade com uma transformação social muito mais aprofundada, algo que um governo de composição como o atual ainda não reúne todas as condições de implementar e consolidar. Mas, as bases estão lançadas para um patamar superior destas lutas. Em vários casos, são os próprios movimentos sociais que não adotam também uma tática capaz de condicionar, o governo, por meio de um apoio crítico, a realizar mudanças concretas em muitos setores. Por exemplo, não se justifica que a TV Brasil - mesmo com toda abertura e visibilidade que já oferece às questões ligadas à África - não tenha ainda horários definidos e ampliados de sua programação que contemplem os diferenciados aspectos da luta contra o racismo. Ou da luta geral dos trabalhadores.

Distribuição massiva e gratuita

Exemplo disso é que, se não houver uma atitude decidida e vigorosa por parte dos movimentos que lutam contra o racismo, por parte dos sindicatos, dos intelectuais, corremos o risco do texto do Estatuto da Igualdade Racial sequer receber uma massiva divulgação, como se faz necessário. Os trabalhadores, ainda hoje, não conhecem seus direitos inscritos na CLT, a população brasileira em geral desconhece o texto da Constituição, não há consciência ampla ou sequer informação sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, muito embora já tenha completado 20 anos. É fundamental que seja cobrada do estado brasileiro uma edição massiva deste Estatuto da Igualdade Racial, algo na casa de dezenas de milhões de exemplares. E distribuição gratuita. Há capacidade gráfica ociosa para isto e há um povo que não tem acesso à leitura destes textos. Mas tem direito! Se não é dado ao cidadão o direito de desconhecer o texto de uma lei, em contrapartida, vemos que no Brasil o estudo e a divulgação ampla e gratuita da Constituição, para dar um exemplo, numa foram sistematicamente promovidas.

Todos este s textos legais devem merecer edições simples, popularizadas em sua forma e alcance, com a linguagem mais acessível e mais comunicativa possível, superando o intransponível juridiquês. Mas, estas edições massivas devem ser distribuídas gratuitamente, como se faz na Venezuela, por exemplo, com a divulgação de milhões de exemplares de bolso da Constituição Bolivariana, proporcionando um aprendizado importante para a população. Num país como o Brasil, que ainda registra formas de trabalho análogas ao trabalho escravo, o conhecimento dos direitos trabalhistas contidos na CLT deveria ser uma prioridade dos meios de comunicação e não apenas restrito a advogados trabalhistas e círculos de dirigentes sindicais. E os meios de comunicação, concessões de serviço público, deveriam sim priorizar horários específicos para o conhecimento das leis, no mínimo proporcionalmente ao tempo que desperdiça para estimular o consumo de álcool e a ingestão de comidas maléficas à saúde.

Universidade da África versus Navios Negreiros

Por fim, vale registrar que no mesmo dia da sanção do Estatuto da Igualdade Racial, o presidente Lula também sancionou a lei que cria a Universidade Federal da Integração Luso-Africana e Brasileira, a Unilab, que terá sede na cidade de Redenção, no Ceará, primeira cidade brasileira a abolir o escravagismo no Brasil, 5 anos antes da Lei Áurea. A criação desta universidade tem o mesmo simbolismo de outras iniciativas que colocam o Brasil em rumo oposto ao de muitos países que estão registrando endurecimento e perversidade no trato da questão racial.

Com a Unilab, que receberá estudantes africanos que aqui estudarão gratuitamente, o Brasil se aproxima do gesto de Cuba adotado há 12 anos, quando criou a Escola Latinoamericana de Medicina destinada a formar médicos para oferecer aos países mais necessitados do continente, inclusive aos Estado s Unidos. Cerca de 500 jovens negros e pobres estadunidenses estudam medicina em Cuba, gratuitamente. Quando voltarem formados para os EUA, poderão praticar medicina social nos bairros negros do Harlem e do Brooklin onde viviam; Segundo disseram estes próprios estudantes, se tivessem lá continuado provavelmente teriam sido capturados pelas perversas redes e garras do narcotráfico. Nos EUA dificilmente poderiam estudar medicina. Em contraponto ao bloqueio econômico e às agressões que sofre há décadas dos EUA, Cuba “contra-ataca” doando ao povo norte-americano a generosa formação humanizada de centenas de seus filhos.

Consciência generosa e solidária

O Brasil vai nesta direção. Além da Unilab, que dará oportunidade para que jovens africanos formem-se em nível superior, ombro a ombro com estudantes brasileiros, proporcionando mutuamente a formação de uma consciência generosa e solidária, marcada pelo reconheciment o que todos os povos do mundo e nós brasileiros em particular temos em relação aos povos africanos! Para além da Unilab, também na linha de pagar nossa dívida, está a instalação de unidades da Embrapa em território africano, e vem sendo mencionado por Lula o propósito de estimular a produção de agroenergia, permitindo a autonomia,a independência e a soberania tanto energética quanto alimentar dos povos africanos, em sua maioria ainda dependentes da importação de petróleo, ou ainda sem capacidade para a geração de energia elétrica.

Mandela , Cuba e a Mama África

No final do ato de sanção do Estatuto da Igualdade Racial, Lula disse que agora somos uma nação um pouco mais negra, um pouco mais branca e , sobretudo, um pouco mais igual. Perante o mundo, comparecemos com uma iniciativa que nos coloca em diferencial positivo e generoso. De certo modo, tomamos de Cuba uma parte de sua solidariedade para com os africano s, muito embora Cuba tenha chegado ao ponto de pegar em armas para defender a independência de Angola, derrotando o exército racista da África do Sul na Batalha de Cuito Cuanavale, e, com isto, derrotando o próprio regime do apartheid, como reconhece Mandela, dedicando esta conquista ao povo cubano.

Mesmo que ainda tenhamos tantas dívidas não pagas internamente e tantas desigualdades ainda não resolvidas, agora somos nós brasileiros a nos lançar, como nação, ao pagamento da gigantesca e dolorosa dívida que temos para com os povos da África. E com ações concretas: uma universidade, a presença de uma estatal como a Embrapa, políticas e convênios etc. Vamos apostando, como nação, num mundo mais justo, mais solidário, mais humano, incorporando a África, quando muitos países a consideram continente descartável. Muito breve, poderemos estar fazendo como o generoso povo cubano, enviando médicos, técnicos e professores para a Mama África. Constr uindo as bases para que se faça o trajeto contrário dos navios negreiros, humanizando o retorno na forma de conhecimento, tecnologia, saber e solidariedade.

Enquanto isto, muitos países, sobretudo os ricos que apoiaram o animalesco regime do apartheid no passado, seguem o vergonhoso exemplo de espalhar tropas e morte pelo mundo. O Brasil está em outra direção!

(*) Beto Almeida é Diretor da Telesur

sábado, 24 de julho de 2010

PASSEIO SOCRÁTICO
Frei Betto

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos, e em paz nos seus mantos cor de açafrão...

Em outro dia, eu observava o movimento do Aeroporto de São Paulo:
a sala de espera estava cheia de Executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado o seu café da manhã em casa; mas, como a companhia aérea oferecia outro café, todos comiam vorazmente.

Aquilo me fez refletir: "Qual dos dois modelos vistos por mim, até aqui, realmente produz felicidade?”.

Passados alguns dias, encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: "Não foi à aula?". E ela me respondeu: "Não. Eu só tenho aula à tarde". Comemorei: "Que bom! Isto significa, então, que, de manhã, você pode brincar, ou dormir até mais tarde!...". "Não;", retrucou-me ela, "tenho tanta coisa a fazer, de manhã...". "Que tanta coisa?", perguntei.. "Aulas de inglês; de balé; de pintura; piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada...

Fiquei pensando: “Que pena”! A Daniela não me disse: "Tenho aula de meditação".

Vê-se que estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas, emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, tinha seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias!

Não tenho nada contra malhar o corpo... Mas, preocupo-me com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos. Alguns perguntaram "Como estava o defunto?". E outros responderão: "Olha..., uma maravilha, não tinha uma celulite!"...

Mas, como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação, porém, de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é "entretenimento". Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil, o apresentador; imbecil, quem vai lá e se apresenta no palco; imbecil, quem perde a tarde diante da telinha...

E como a publicidade não consegue vender felicidade, ela nos passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro..., você chega lá!".

O problema é que, em geral, "não se chega"! Pois, quem cede a tantas propagandas desenvolve, de tal maneira, o seu desejo, que acaba precisando de um analista, ou de remédios. E quem, ao contrário, resiste, aumenta a sua neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: a amizade, a auto-estima, e a ausência de estresse.

Mas, há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um Shopping Center. É curioso: a maioria dos Shoppings Centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles, não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de "missa de domingo". E ali dentro se sente uma sensação paradisíaca: não há mendigos, não há crianças de rua, não se vê sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno: aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se vários nichos: capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Mas, aquele que só pode comprar passando cheque pré-datado, ou a crédito, ou, ainda, entrando no "cheque especial", se sente no purgatório.

E pior: aquele que não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...

Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald...

Por tudo isto, costumo dizer aos balconistas que me cercam à porta das lojas, que estou, apenas, fazendo um "passeio socrático". E, diante de seus olhares espantados, explico:

- Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

- Estou, apenas, observando quantas coisas existem e das quais não preciso para ser feliz!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

África: colonialismo, racismo e morte

Artigos
Publicado em 17.07.2010

África: colonialismo, racismo e morte

Por Augusto Buonicore

No próximo ano se completarão 10 anos da realização da Conferência da ONU Contra o Racismo em Durban. Naquele conclave internacional pudemos constatar que mesmo passados cerca de 150 anos do fim do tráfico negreiro e 25 do fim do colonialismo europeu na África, estes temas continuavam incomodando as classes dominantes das grandes potências imperialistas.
Em Durban as nações africanas, visando reparar uma injustiça histórica, apresentaram a polêmica proposta determinando que os países que praticaram e se beneficiaram do tráfico de escravos e do colonialismo pagassem reparações e se desculpassem formalmente. Exigiram também que o tráfico e o colonialismo fossem considerados "crimes contra a humanidade".

Diante do texto proposto, os europeus e estadunidenses ameaçaram se retirar da Conferência. O representante britânico chegou a afirmar que eram "insuportáveis as exigências". Na declaração final, o tráfico de escravos acabou sendo considerado "crime contra a humanidade", embora não fosse aprovado nenhum pedido de desculpas às vítimas. Os europeus insistiram para que ele fosse considerado crime hoje e não no passado, quando foi realizado. O colonialismo, no entanto, não foi considerado "crime contra a humanidade". A tese da reparação também foi rejeitada. Aprovou-se apenas uma indicação para que os países desenvolvidos tomassem iniciativas no sentido de reverter as conseqüências da escravidão e da dominação colonial, sem detalhar como isso se daria.

Os intelectuais a serviço da causa colonial sempre procuraram negar a responsabilidade ocidental pela escravização dos povos da África. Eles alegavam – e ainda alegam - que os africanos eram capturados e vendidos como escravos pelos seus próprios líderes tribais locais; portanto, a responsabilidade deveria ser compartilhada. Uma clara tentativa criminalizar as próprias vítimas.

O tráfico negreiro e as origens do subdesenvolvimento africano

Contudo, os reclamos dos povos africanos são essencialmente justos. O escravismo e o colonialismo foram duas causas do seu subdesenvolvimento. O tráfico representou uma fortíssima sangria na população africana. Entre 1510 e 1860 mais de dez milhões de seres humanos foram conduzidos na condição de escravos para as Américas, 40% deles se destinaram ao Brasil. Cerca de 2 milhões morreram a bordo dos navios negreiros, conhecidos como tumbeiros. Calcula-se ainda que mais de 8 milhões tenham morrido entre o local de aprisionamento, no interior do continente, e o mercado de escravos nas costas africanas. Ou seja, o tráfico negreiro vitimou mais de 20 milhões de seres humanos.

A grande maioria destes mortos e deportados era composta de jovens que estavam no auge da sua capacidade produtiva. O trafico foi responsável pelo despovoamento de várias regiões. No período de expansão da cultura algodoeira nos Estados Unidos, entre 1800 e 1850, o número de deportados africanos chegou a 120 mil ao ano. Assim, o desenvolvimento do capitalismo nos EUA esteve intimamente ligado a tráfico de carne humana. A Inglaterra, por sua vez, foi responsável pelo transporte de 50% dos africanos escravizados. O tráfico, no século XVIII, chegou a representar metade do lucro das exportações dos países europeus. Muitas das cidades industriais inglesas ergueram-se a partir da riqueza provinda do comércio de escravos.

O tráfico desorganizou a vida social de várias comunidades africanas. A escravidão já existia na África, mas ela era residual e, em geral, de caráter familiar. A expansão do capitalismo transformou-a num negócio altamente rentável. Isso levou a uma mudança de escala no processo de escravização. Algumas tribos africanas abandonaram a produção artesanal e o comércio inter-regional para se dedicar ao novo e lucrativo comércio.

Estabeleceu-se um estado de guerra permanente no território africano. A agricultura, o artesanato e o comércio foram afetados duramente pelas deportações em massa e os massacres promovidos pelos escravistas, inclusive locais. Graças ao tráfico, em 1800, o continente africano havia regredido alguns séculos.

Portanto, é insustentável a tentativa de jogar nas costas dos próprios africanos a responsabilidade pela hecatombe, porque alguns chefes tribais se envolveram no apresamento humano para o "comércio" intercontinental. Estes eram cúmplices dos traficantes e devem ser condenados.

Mas, sem a constituição de um amplo mercado para mão-de-obra escrava nas Américas e sem os recursos provindos do ocidente capitalista não seria possível ter surgido estes caçadores de escravos no continente africano. Sem o capitalismo não haveria a escravidão moderna em tão larga escala. Assim, as bases do subdesenvolvimento não se encontram no interior das sociedades africanas e sim nas relações assimétricas impostas pelas potências capitalistas ainda no seu alvorecer.

O Colonialismo: opressão e miséria dos povos africanos

À praga do tráfico seguiu-se a do colonialismo. Na década de 80 do século XIX as grandes potências da Europa decidiram repartir e ocupar o continente africano. Ironicamente, a grande argumentação foi de ordem humanitária: a ocupação visava acabar com a escravidão e os déspotas locais. Justificativas muito próximas das utilizadas, até hoje, para as guerras que o imperialismo promove contra vários países que não se submetem ao seu jugo.

A África, novamente, se transformou em um campo de guerra. Os povos desse continente tentaram resistir à ocupação dos seus territórios, mas foram esmagados. A história de colonização é uma história de massacres, geralmente esquecidos pela história ocidental. Um militar francês descreveu assim a tomada de Mali em 1898: "Depois do cerco, o ataque (...). Todos são aprisionados ou mortos. Todos os cativos, cerca de 4 mil, são amontoados como rebanho. O coronel inicia a distribuição (...). A partilha (dos prisioneiros) decorreu entre disputas e golpes (...). No regresso fizemos etapas de 40 quilômetros com estes cativos. As crianças e todos os que ficavam cansados eram mortos a coronhadas e a golpes de baionetas".

Outro exemplo dos métodos “civilizados”, utilizados pelas potências capitalistas, foi nos dado pela "Missão Voulet-Chanoine". Em janeiro de 1899 esta expedição militar atacou uma aldeia africana. Um oficial descreveu as cenas que se seguiram: "Alguns atiradores (franceses) tinham ficado feridos. Para ‘dar exemplo’, o capitão Voulet mandou prender vinte mães com crianças pequenas em idade de amamentação, e mandou matá-las a golpes de lanças.". E, assim, foi feito.

No final do século XIX e primeiros anos do século XX, a escravidão aberta passou a ser substituída pela escravidão disfarçada, através do trabalho compulsório. O comércio de semi-escravos nas colônias francesas só seria proibido em 1905, mas o trabalho compulsório levaria mais alguns anos para ser proibido e não extinto.

A divisão internacional do trabalho, implantada pelo sistema colonial e fortalecida na fase imperialista do capitalismo, condenou o continente africano a ser um simples produtor de alimentos e matérias primas destinados à Europa e aos Estados Unidos. As indústrias artesanais existentes foram destruídas, lançando milhares de pessoas na miséria. No ocidente capitalista o mesmo processo que destruiu empregos no artesanato criou outros na grande indústria e representou um incremento ao desenvolvimento das forças produtivas. Na África a destruição do artesanato representou um verdadeiro retrocesso civilizacional. O artesão do ferro, do couro, do algodão se transformou em trabalhador compulsório (semi-escravos) nas grandes plantações e minas dos colonizadores brancos.

Foi se constituindo uma economia baseada na monocultura de exportação, integradas ao sistema mundial do capitalismo. As culturas alimentares tradicionais, que garantiam a subsistência das populações locais, foram abruptamente substituídas. O resultado imediato foi a explosão, em escala nunca vista, das epidemias de fome. Em Gâmbia, por exemplo, cultivava-se arroz, mas o colonialismo transformou este país em um grande produtor de amendoim. Gâmbia teve então de começar a importar arroz para minimizar a fome do seu povo.

A propaganda dos colonizadores sempre tentou passar a idéia de que as epidemias de fome e a subnutrição crônica dos povos africanos fossem coisas naturais, presentes desde sempre na história da África. A fome seria assim o estado normal do homem africano. O conceituado cientista brasileiro Josué de Castro demonstrou a falsidade desta tese. Segundo ele, o regime alimentar africano no período pré-colonial era bastante variado e baseava-se numa agricultura diversificada. Uma situação que o colonialismo iria alterar radicalmente.

E por fim precisamos desmascarar o mito que a colonização, pelo menos, teria trazido estradas, escolas, hospitais, ou seja, a modernização. Nada mais falso. Nas colônias portuguesas, após séculos de dominação colonial, os analfabetos ainda representavam 95% da população. Em Moçambique, por exemplo, Portugal jamais formou um só médico africano. Portanto, nada de bom trouxe o colonialismo aos povos africanos.

Á partir de 1945 o processo de descolonização adquiriu um ritmo frenético. Todas as colônias na Ásia e na África passam a adquirir a sua independência. Os últimos redutos do colonialismo caíram na metade da década de 1970, através de importantes movimentos nacional-revolucionários. Destaque para a libertação de Angola e Moçambique do jugo português. Mas, a ruptura com o colonialismo não significou a pacificação da África. Os governos que não se submeteram aos ditames do imperialismo foram vítimas de todos os tipos de agressão.

Após a libertação, o governo popular de Angola teve que enfrentar grupos contra-revolucionários, como a UNITA, apoiados pela África do Sul e o Zaire (tendo por trás os EUA). A guerra civil em Angola causou a morte de aproximadamente 1 milhão de pessoas e a destruição de grande parte da infra-estrutura do país. As mesmas cenas se repetiram em Moçambique. O imperialismo não deu um momento de descanso para esses povos e patrocinou atentados terroristas, golpes de Estado, embargos econômicos etc.

Assim, só pode ser considerado sarcasmo a atitude de um liberal como Karl Popper que lamentou: "libertamos estes estados (africanos) depressa demais e de maneira demasiada simplista”. Isso teria sido como “deixar um orfanato entregue a ele mesmo". Essa visão dos africanos como crianças que necessitariam de serem tuteladas até a maioridade é um dos elementos centrais da ideologia colonial, forjada no século XIX.

Atualmente, um dos grandes problemas que assola a África Negra é sua imensa dívida externa. No início do século XXI, dos 40 países fortemente endividados 33 pertencem a este subcontinente. O total da sua dívida ultrapassou a casa dos 250 bilhões de dólares, considerada impagável. Ela serve como instrumento para manter a dominação das grandes potências imperialistas na região. É um ato criminoso desviar recursos vitais de países tão miseráveis para encher os bolsos dos grandes banqueiros internacionais.

Por tudo isto é mais que do que justa a reivindicação de reparação feita várias organizações africanas. O primeiro passo para resgatar a enorme dívida que o ocidente capitalista tem com os africanos seria a decretação de uma ampla anistia de suas dívidas. Esta seria uma forma, ainda que limitada, de iniciar o processo de compensação pelos séculos de escravidão e de dominação colonial.

* Augusto César Buonicore é historiador e membro do Comitê Central do PCdoB.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Paul Krugman: quem vai pagar a conta da terceira depressão?

Paul Krugman: quem vai pagar a conta da terceira depressão?
Em artigo reproduzido nesta terça (29) pelo jornal O Estado de São Paul, o economista estadunidense Paul Krugman manifesta o receio de que o mundo já ingressou “nos estágios iniciais de uma terceira depressão” em função do arrocho fiscal que a Europa, agora com apoio do G20, está adotando em resposta à crise.
Krugman lembra a Grande Depressão, que veio no rastro do crahs da Bolsa de Nova York em 1929, para enfatizar que o triunfo das teses conservadoras terá um preço alto e quem vai pagar o pato são “dezenas de milhões de trabalhadores desempregados, muitos deles sujeitos a ficar sem emprego por anos e outros que nunca mais voltarão a trabalhar”.

Leia abaixo a íntegra do artigo:
A terceira depressão

Recessões são comuns; depressões são raras. Pelo que sei, houve apenas duas eras na história econômica qualificadas como “depressões” na ocasião: os anos de deflação e instabilidade que acompanharam o Pânico de 1873, e os anos de desemprego em massa, após a crise financeira de 1929-31.

Nem a Longa Depressão do século 19, nem a Grande Depressão, no século 20, registraram um declínio contínuo. Pelo contrário, ambas tiveram períodos em que a economia cresceu. Mas esses períodos de melhora jamais foram suficientes para desfazer os danos provocados pela depressão inicial e foram seguidos de recaídas.

Receio que estamos nos estágios iniciais de uma terceira depressão. Que provavelmente vai se assemelhar mais à Longa Depressão do que a uma Grande Depressão mais severa. Mas o custo – para a economia mundial e, sobretudo, para os milhões de pessoas arruinadas pela falta de emprego – será imenso.

E esta terceira depressão tem a ver, principalmente, com o fracasso político. Em todo o mundo – e, mais recentemente, no profundamente desanimador encontro do G-20, no fim de semana -, os governos se mostram obcecados com a inflação quando a verdadeira ameaça é a deflação, e insistem na necessidade de apertar o cinto, quando o problema de fato são os gastos inadequados.

Em 2008 e 2009, parecia que tínhamos aprendido com a história. Ao contrário dos seus predecessores, que elevavam as taxas de juros para enfrentar uma crise financeira, os atuais líderes do Federal Reserve e do BCE (Banco Central Europeu) cortaram os juros e partiram em apoio aos mercados de crédito. Ao contrário dos governos do passado, que tentaram equilibrar os orçamentos para fazer frente a uma economia em forte declínio, os governos hoje deixam os déficits aumentarem. E melhores políticas ajudaram o mundo a evitar o colapso total: podemos dizer que a recessão provocada pela crise financeira acabou no verão (no hemisfério norte) passado.

Mas os futuros historiadores irão nos dizer que esse não foi o fim da terceira depressão, da mesma maneira que a retomada econômica em 1933 não foi o fim da Grande Depressão. Afinal, o desemprego – especialmente o desemprego a longo prazo – continua em níveis que seriam considerados catastróficos há alguns anos e não dão sinal de queda. E tanto Estados Unidos como Europa estão próximos de cair na mesma armadilha deflacionária que atingiu o Japão.
Diante desse quadro sombrio, você poderia esperar que os legisladores tivessem entendido que não fizeram o suficiente para promover a recuperação. Mas não. Nos últimos meses observamos o ressurgimento da ortodoxia do equilíbrio orçamentário e da moeda forte.

O ressurgimento dessas teses antiquadas é mais evidente na Europa, onde as autoridades parecem estar usando os discursos de Herbert Hoover para fundamentar sua retórica, incluindo a afirmação de que elevar impostos e cortar gastos vai expandir a economia, melhorando a confiança nos negócios. Mas, em termos práticos, os EUA não estão agindo muito melhor. O Fed parece consciente dos riscos de uma deflação – mas o que propõe fazer com relação a esses riscos é, bem, nada.

O governo Obama entende os perigos de uma austeridade fiscal prematura – mas como os republicanos e democratas conservadores do Congresso não aprovam uma ajuda adicional aos governos estaduais, essa austeridade se impõe de qualquer maneira, com os cortes no orçamento estaduais e municipais.

Por que essa virada equivocada da política? Os radicais com frequência referem-se às dificuldades da Grécia e outros países na periferia da Europa para justificar seus atos. E é verdade que os investidores atacaram os governos com déficits incontroláveis. Mas não há nenhuma evidência de que uma austeridade a curto prazo, face a uma economia deprimida, vai tranquilizar os investidores. Pelo contrário: a Grécia concordou com a adoção de um plano severo de austeridade, mas viu seus riscos se ampliarem ainda mais; a Irlanda estabeleceu cortes brutais dos gastos públicos e foi tratada pelos mercados como um país com risco maior do que a Espanha, que até agora reluta em adotar medidas drásticas propugnadas pelos radicais.

É como se os mercados financeiros entendessem o que os legisladores aparentemente não compreendem: que, embora a responsabilidade fiscal a longo prazo seja importante, cortar gastos no meio de uma depressão vai aprofundar essa depressão e abrir caminho para a deflação, o que é contraproducente.

Portanto, não acho que as coisas tenham a ver de fato com a Grécia, ou com qualquer apreciação realista sobre o que priorizar, déficits ou empregos. Em vez disso, trata-se da vitória de teses conservadoras que não se baseiam numa análise racional e cujo principal dogma é que, nos tempos difíceis, é preciso impor o sofrimento para outras pessoas pra mostrar liderança. E quem irá pagar o preço pelo triunfo dessas teses conservadoras? A resposta é: dezenas de milhões de trabalhadores desempregados, muitos deles sujeitos a ficar sem emprego por anos e outros que nunca mais voltarão a trabalhar.

Walter Sorrentino: O partido que queremos daqui a dez anos

Ao longo destes anos, fomos elaborando a linha política de estruturação partidária. Tal ideia partiu em 1997 das formulações de Renato Rabelo, ocupando a Secretaria Nacional de Organização. Isso obteve grande desenvolvimento, em correlação com a dinâmica política das vitórias alcançadas em 2002, com Lula presidente.
Por Walter Sorrentino*

Foi um grande ganho político transformar o tema partido, a estruturação e organização, em tema vivo, dinâmico, afeito às circunstâncias da ação política e peculiaridades brasileiras. Particularmente a linha organizativa, como um dos três pilares da estruturação partidária – ao lado da construção política e ideológica – foi enriquecida nestes anos. No 1º e 2º Encontros Nacionais sobre a Questão de Partido, com o novo Estatuto do 11º Congresso e a Política de Quadros contemporânea do 12º Congresso, deram contribuições decisivas.
Alcançado esse patamar de força organizada – cerca de 300 mil filiados, mais de 100 mil participantes ativos da vida orgânica – e o nível de elaboração teórico-política sobre a estruturação partidária, a visão prospectiva pode apontar para o partido de um milhão de membros, unido, combativo, militante, pode ser posto no horizonte, no bojo de nova vitória do povo em outubro.
Isso dá ensejo à nova política de organização. O programa socialista aprovado no 12º Congresso deu maior e melhor definição do partido que queremos construir. No seio de pontos da linha de estruturação que se mantêm atuais, componentes organizativos modificados se apresentam e compõem nova configuração de política de organização. Essencialmente, a ideia de dirigir o partido por meio da política de quadros e conferir maior permanência a núcleo extenso de militantes com vida associativa e ação política desde a base.
Quadros definem a essência da vida do Partido Comunista. Vida militante forma os quadros. Esses dois pilares darão a tônica de todo o trabalho de organização nos próximos anos. São elementos novos; catalizam e reconfiguram os demais elementos da estruturação partidária. Como tal, solicitam novos planos, abordagens, métodos e estilos de trabalho para as secretarias de organização. Mas não só: é um problema essencialmente político a questão de ter bases militantes ativas e com vida permanente na sociedade.
Podemos recapitular tais elementos de conjunto da linha de estruturação partidária:
1. A política no comando para avançar na construção do PCdoB, a ideologia como cimento, a organização como força material. Almejar um partido combativo, unido e disciplinado, bem formado teoricamente, politicamente sagaz, que lidere os trabalhadores e o povo e lute pela hegemonia de suas ideias e projeto.

2. Seguir fazendo crescer o PCdoB, à escala de um milhão de membros, a partir de terceira vitória do povo em outubro. Estender a força eleitoral e institucional partidária, falar a toda a sociedade, ampliar a presença das organizações a todos os cantos e segmentos, a todos os municípios com mais de 50 mil habitantes. Abri-lo decididamente para os trabalhadores e todo o povo.

3. Aprofundar a ligação com os movimentos sociais e na reciprocidade dessa atuação com a construção partidária, politizando-os e unindo o povo brasileiro em torno de novo projeto nacional de desenvolvimento.

4. Estender a influência das ideias, com forte trabalho de comunicação, propaganda, para falar com toda a sociedade e chegar a todos os segmentos de pensamento críticos da sociedade.

5. Perseguir estrategicamente a construção do partido entre os trabalhadores, a juventude e a intelectualidade.

6. Governar o partido por meio da política de quadros renovada no 12º Congresso. Instituir poderoso trabalho sistemático com os quadros, a partir de cada comitê estadual. Cada quadro ocupar posto bem definido no rumo do projeto partidário. Solicitar dos quadros o máximo empenho e compromisso com a atuação partidária em qualquer de suas dimensões. Fortalecer o trabalho dos comitês partidários em todas as esferas. Seguir no esforço persistente de valorização dos quadros comunistas trabalhadores, jovens e mulheres.

7. Enriquecer a vida militante, em organizações partidárias mais variadas e melhor definidas, para aprofundar os liames entre os militantes, entre eles e o povo, entre eles e as direções partidárias. Apoiar cada vez mais esse esforço a partir dos comitês partidários, com quadros intermediários em grande escala, capazes de operar a vida partidária pela base. Conferir estabilidade a formação militante extensa, tendo as relações de trabalho como modo prioritário de relações orgânicas partidárias.

8. Após as eleições, promover esforço de revisão e aprimoramento das formas organizativas de base nos grandes municípios, tendo em vista as batalhas políticas e sociais, as conferências partidárias de 2012, bem como os objetivos eleitorais de 2012.

9. Inovar nas formas, meios, conteúdos do trabalho de formação teórico-ideológica dos quadros e militantes, em ampla escala em todo o país.

10. Garantir os compromissos militantes com respeito ao financiamento da atividade partidária por meio da Carteira Nacional de Militante e do Sistema Nacional de Contribuição dos Quadros.
Enriquecer a vida militante e implementar a política de quadros não é apenas – nem principalmente – um discurso organizativo; ao contrário, lida com determinada noção de ação política e de base ideológica, o que envolve o conjunto da direção. Para pôr em movimento essa política de estruturação cabe em especial à Comissão Política Nacional e ao Comitê Central liderar o esforço em todo o país, com apoio do conjunto das direções partidárias. O Sistema de Gestão Integrada de direção partidária será constituído como ferramenta para que esses órgãos de fato tenham informação e protagonismo adequado a esses fins.
No plano organizativo, foi constituído o Departamento Nacional de Quadros João Amazonas. A partir dele, está criada a Rede Quadros a fim de cadastrar sistematicamente os quadros de todos os níveis. Ambos deverão ter correspondência em todos os Estados.
Inaugura-se igualmente o Portal da Organização, que dá desenvolvimento exatamente aos dois pilares citados da nova política. Ele se destina a organizar a opinião e impulsionar a prática de governar o partido por meio da política de quadros e estimular a vida militante em organizações partidárias dos mais diversos tipos, dinamicamente definidas e mais estáveis. Será instrumento interativo, onde será possível estabelecer redes, fóruns de debate, postagem de experiências, conferências e reuniões nacionais virtuais etc., de modo a elaborar juntos e aplicar juntos, em todo o país, a política de organização.
A CNO foi enriquecida com a presença de experientes secretários de organização e acrescida de membros para atuação regionalizada, que se destina a dar controle especificamente organizativo da construção partidária em todos os Estados do país.
Isso representa a Nova Política de Organização. Ela se estenderá e produzirá efeitos ao longo dos próximos anos. Conta com a consciência e motivação de todos, particularmente dos quadros dirigentes. Deve-se lembrar que atrasos políticos no modo de encarar e assimilar essa linha têm enorme repercussão no desenvolvimento partidário em cada Estado, tão grandes quanto os erros de situar politicamente o partido no cenário.
Conta, ainda mais, com o senso crítico da militância, ansiosa por estabelecer um Partido Comunista de princípios, consciente e combativo, disciplinado, sólido na vida orgânica. E conta com a participação massiva de todos eles no novo Portal da Organização.

*secretário nacional de Organização do PCdoB

UJS-ES tem participação destacada no 15º Congresso Nacional da UJS

Imbuídos pela necessidade latente de ampliar e fortalecer a organização em território capixaba, grande parte das principais jovens lideranças socialistas de nosso estado participaram, com brilho, do maior congresso da história de nossa organização.

Moqueca e litoral, os capixabas no congresso nacional!

Quase 90 jovens, atuantes no ES, engrossaram o coro da UJS em Salvador, entre os dias 17 e 20 de junho de 2010. Com muita luta e convicção, a militancia capixaba conquistou dois onibus para prestigiar este importante marco de nossa história, que selou a volta da representação espiritossantense na Direção Nacional da UJS. Após Fábio Lúcio, em 2006, Marcelo Brandão volta a garantir a participação de um militante em atividade no estado.

Pra ser muito mais Espírito Santo!

A participação dos delegados capixabas foi brilhante através da massiva participação e intervenção nos debates, assim como nas atividades culturais, esportivas, entre outras. O time de futebol capixaba ficou em 3º lugar entre 20 estados participantes de um campeonato; Os representantes da Nação Hip Hop Brasil, no ES, contribuíram ativamente em um palco livre (atividade integrante da programação do congresso); e reuniões com a bancada eram realizadas constantemente para debater os assuntos candentes do congresso. Enfim, todas as ações para abrilhantar o congresso foram devidamente endossadas pela militância da UJS-ES.

Saldo positivo

Com a empolgação e o ritmo que vem sendo imprimido por esta juventude aguerrida, não resta dúvidas que a "revolução" pode sim começar pelo Espírito Santo e, nesse sentido, torna-se necessário desprender toda essa energia no fortalecimento da organização por todo o estado. Para isso será necessário, maior preparação ideológica (estudo conjunto dos documentos marxista-leninistas); aplicação, na prática, das resoluções aprovadas no congresso nacional; e grande empenho, nos próximos meses, para eleição dos candidatos apoiados pela UJS-ES e com histórico de comprometimento com a juventude, o socialismo e o povo brasileiro.

Veja algumas fotos do 15º Congresso Nacional da UJS: http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=3103235569343161560&aid=1

Se tiver novas fotos do congresso nacional, favor enviar para ujs.espiritosanto@gmail.com

Marcos Antonio,
Dirigente da UJS-ES.

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UJS-ES - União da Juventude Socialista do Espírito Santo
http://ujscapixaba.blogspot.com/
http://twitter.com/ujscapixaba
Orkut: UJS - ES

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Convenção Regional do PCdoB-ES reúne mais de 300 pessoas

O Salão VIP da Assembléia Legislativa ficou pequena para grande convenção realizada pelo PCDOB do Espírito Santo. Foi palco de uma grande manifestação de democracia. Neste sábado (26), a Convenção estadual do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) reuniu mais de 300 pessoas, entre convidados e delegados. Mostrando que goza de prestígio entre os aliados, vários partidos e lideranças estiveram presentes na Convenção Eleitoral do partido. Entre eles destaca-se a presença do Prefeito da maior cidade do estado (Vila Velha), Neucimar Fraga, o Senador Republicano Magno Malta, a Deputada Federal pelo PT Iriny Lopes, O presidente estadual do PT e candidato a vice na chapa do socialista Renato Casagrande Givaldo Vieira, o presidente estadual do PSB, Luiz Cicilioti, a presidente regional do PV, Cidinéia Fontana, o presidente do PHS, Danilo Juffo, entre outros.
O Senador Renato Casagrande, candidato ao Governo do Estado e Ricardo Ferraço, candidato ao Senado enviaram considerações e justificaram ausências por atividades no extremo norte do estado junto com o governador Paulo Hartung e não conseguiriam chegar a tempo
A Solenidade foi aberta pelo presidente regional do Partido, Ronaldo Barbosa e pelo dirigente nacional, André Bezerra, em uma mesa composta pelas lideranças partidárias, dentre elas os presidentes dos Comitês de Vitória, Vila Velha e Serra. Também foram valorizadas as lideranças da UNEGRO, UBM, UJS, CTB e CEBRAPAZ.
“Esta eleição será um marco na história do Brasil. Pela primeira vez, temos a força de uma mulher na candidatura à Presidência. O PCdoB apoia a candidatura de Dilma, com a certeza de que o governo será pelo bem-estar do trabalhador brasileiro e pelo progresso do país”, explica o Dirigente Nacional, André Bezerra.
Ronaldo Rodrigues Barbosa, presidente do PCdoB estadual, seguiu defendendo a correta posição de apoiar a candidatura de Renato Casagrande antes mesmo do vice governador abrir mão em favor de Renato. “Temos certeza de que o Renato governará de maneira que incentive o capixaba a acreditar ainda mais no Espírito Santo. Será uma gestão preocupada com economia, saúde, segurança, cidadania e educação. A parceria entre os governos de Dilma e Casagrande será sinônimo de avanço para o nosso estado”, comemora.
Na solenidade, foram homologadas as candidaturas do partido. Para o Governo do Estado, o PCdoB declarou apoio a Renato Casagrande (PSB); para o senado, Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PMDB); para a Câmara de Deputados Federais, Nodir Colombo (que eapresentavamos até então como nosso candidato ao Senado) e Eromildo Cruz, presidente do Sindicato das Guardas Municipais. Foram confirmadas também as candidaturas para a Assembleia Legislativa de Neto barros, Maurício Gorza, Penha Correia, Beto Carioca, Namy Chequer, Osmar, Fernando Palhares, William Muqui e Fabrizzio Abdala.
Além dos já citados, estiveram presentes diversas entidades, sindicatos, vereadores, lideranças partidárias, militantes e representantes da sociedade civil, como Abgail, presidente do SAAE.
Importante destacar a presença massiva dos companheiros de São Gabriel da Palha, que levou um ônibus para convenção e Baixo Guandú, que esteve presente com quase cem camaradas.
De Vitória, Anderson Falcão, Secretário Estadual de Organização

domingo, 30 de maio de 2010

Conflito das Coréias é manipulação dos Estados Unidos

Conflito das Coréias é manipulação dos Estados Unidos

A publicação dos “resultados” das investigações sobre o afundamento do navio sul-coreano de guerra Cheonan não passa de manipulação do governo norte-americano em cumplicidade com o regime fantoche da Coréia do Sul. Essa manipulação tem objetivos claros, a saber: 1 - Aumentar as sanções contra a República Popular e Democrática da Coréia (Coréia do Norte) nas Nações Unidas, visando enfraquecer o país; 2 – O governo fantoche e criminoso de Lee Myung Bak necessita de apoio popular nas próximas eleições do dia 2 de junho. Com esse incidente ele explora os sentimentos e induz medo na população para se fortalecer politicamente.

Recentemente os governos dos Estados Unidos e do Japão sofreram um duro golpe quando a população japonesa da cidade de Okinawa decidiu proibir o funcionamento da base militar norte-americana naquela cidade. Após este incidente fabricado, do afundamento do navio sul-coreano, o governo japonês ofereceu aos norte-americanos território na área litorânea Camp Schwab, ou seja, os imperialistas apenas mudaram de endereço para continuar estacionando suas tropas de mercenários.

Esta campanha midiática contra a RPD da Coréia tem como objetivo também impedir a reunificação da Península Coreana, levada a cabo nos últimos anos pelos governos de Kim Il Sung e Kim Jong Il. Ela joga por terra os esforços de várias gerações de coreanos em busca da paz, expressos na Declaração Conjunta de 15 de Junho.

Criar a guerra na região é tudo o que deseja o complexo militar norte-americano, com suas bases militares estacionadas no Japão e Coréia do Sul.



Especialista russo revela a farsa do incidente na Coréia

O diretor do Programa de Investigações do Centro de Estudos da Coréia Moderna do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais da Academia de Ciências da Rússia, Gueorgui Toloraya, concedeu entrevista à agência de notícias ITAR-TASS, e desmascarou a trama forjada por norte-americanos e sul-coreanos no caso do afundamento do navio Cheonan.

Gueorgui Toloraya afirmou que “este trágico incidente teve como objetivo criar um conflito, um pretexto oficial para a declaração de guerra”. Apontou como prova a falta de informações do governo sul-coreano sobre a localização do navio de guerra da Coréia do Sul e do submarino da RPD da Coréia. “Seria necessário muito tempo para obter conclusões exatas sobre o caso de torpedeamento, apresentar provas, mas, ao contrário, o governo sul-coreano impede a participação de técnicos russos, chineses ou da RPD da Coréia para estudar o incidente. Até agora as versões que a opinião pública dispõe são apenas dos governos da Coréia do Sul e dos Estados Unidos da América, os maiores interessados em deflagrar uma guerra na Península Coreana”.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Miséria é o principal "produto" do capitalismo

O capitalismo tem legiões de defensores. Muitos o fazem de boa vontade, produto de sua ignorância e pelo fato de que, como dizia Marx, o sistema é opaco e sua natureza exploradora e predatória não é evidente ante os olhos de homens e mulheres. Outros o defendem porque são seus grandes beneficiários e amassam enormes fortunas, graças às suas injustiças e iniquidades.
Além do mais há outros ("gurus" financeiros, "opinólogos", jornalistas "especializados", acadêmicos "pensadores" e os diversos expoentes do "pensamento único") que conhecem perfeitamente bem os custos sociais que, em termos de degradação humana e do meio-ambiente, o sistema impõe.

No entanto, são muito bem pagos para enganar as pessoas e prosseguem com seu trabalho de forma incansável. Eles sabem muito bem, aprenderam muito bem, que a "batalha de ideias", à qual Fidel Castro nos convocou, é absolutamente estratégica para a preservação do sistema, e não retrocedem em seu empenho.

Para resistir à proliferação de versões idílicas acerca do capitalismo e de sua capacidade para promover o bem-estar geral, examinemos alguns dados obtidos de documentos oficiais do sistema pelas Nações Unidas.

Isso é sumamente didático quando se escuta, principalmente no contexto da crise atual, que a solução aos problemas do capitalismo se obtém com mais capitalismo; o que o G-20, o FMI, a OMC e o Banco Mundial, arrependidos de seus erros passados, vão poder resolver os problemas que provocam agonia à humanidade. Todas essas instituições são incorrigíveis e irreformáveis, e qualquer esperança de mudança não é nada mais que uma ilusão. Seguem propondo o mesmo, só que com um discurso diferente e uma estratégia de "Relações Públicas", desenhada para ocultar suas verdadeiras intenções. Quem tiver dúvidas que olhe o que está propondo para "solucionar" a crise na Grécia: as mesmas receitas que aplicaram e que seguem aplicando na América Latina e na África desde os anos 1980!

A seguir, alguns dados (com suas respectivas fontes) recentemente sistematizados pelo Programa Internacional de Estudos Comparativos sobre a Pobreza (CROP, na sigla em inglês), da Universidade de Bergen, na Noruega. O CROP está fazendo um grande esforço para, a partir de uma perspectiva crítica, combater o discurso oficial sobre a pobreza elaborado há mais de trinta anos pelo Banco Mundial e reproduzido incansavelmente pelos grandes meios de comunicação, autoridades governamentais, acadêmicos e vários "especialistas".

População mundial: 6,8 bilhões, dos quais:

* 1,02 bilhão têm desnutrição crônica (FAO, 2009)
* 2 bilhões não têm acesso a medicamentos (www.fic.nih.gov)
* 884 milhões não têm acesso a água potável (OMS/UNICEF 2008)
* 924 milhões de "sem teto" ou que vivem em moradias precárias (UN Habitat 2003)
* 1, 6 bilhão não tem eletricidade (UN Habitat, “Urban Energy”)
* 2,5 bilhões não tem acesso a saneamento básico e esgotos (OMS/UNICEF 2008)
* 774 milhões de adultos são analfabetos (www.uis.unesco.org)
* 18 milhões de mortes por ano devido à pobreza, a maioria delas de crianças com menos de 5 anos (OMS)
* 218 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, trabalham em condições de escravidão ou em tarefas perigosas ou humilhantes, como soldados, prostitutas, serventes na agricultura, na construção civil ou na indústria têxtil (OIT: A Eliminação do Trabalho Infantil: Um Objetivo a Nosso Alcance, 2006)
* Entre 1988 e 2002, os 25% mais pobres da população mundial reduziram sua participação na riqueza global de 1,16% para 0,92%, enquanto que os 10% mais ricos acrescentaram mais riquezas, passando de 64,7 para 71,1% da riqueza produzida mundialmente. O enriquecimento de poucos tem como reverso o empobrecimento de muitos.
* Só esse 6,4 % de aumento da riqueza dos mais ricos seria suficiente para duplicar a renda de 70% da população da Terra, salvando inumeráveis vidas e reduzindo as penúrias e sofrimentos dos mais pobres. Entenda-se bem: tal coisa seria obtida se tão só fosse redistribuído o enriquecimento adicional produzido entre 1988 e 2002, dos 10% dos mais ricos do planeta, deixando intactas suas exorbitantes fortunas. Mas nem sequer algo tão elementar como isso é aceitável para as classes dominantes do capitalismo mundial.


Conclusão: Se não se combate a pobreza (nem fale de erradicá-la sob o capitalismo!) é porque o sistema obedece a uma lógica implacável, centrada na obtenção do lucro, o que concentra a riqueza e aumenta incessantemente a pobreza e a desigualdade econômico-social.

Depois de cinco séculos de existência, isto é o que o capitalismo tem para oferecer. Que esperamos para mudar o sistema? Se a humanidade tem futuro, será claramente socialista. Com o capitalismo, em troca, não haverá futuro para ninguém. Nem para os ricos, nem para os pobres. A sentença de Friedrich Engels, e também de Rosa Luxemburgo: "Socialismo ou barbárie", é hoje mais atual e vigente que nunca. Nenhuma sociedade sobrevive quando seu impulso vital reside na busca incessante do lucro, e seu motor é a ganância. Mais cedo que tarde provoca a desintegração da vida social, a destruição do meio ambiente, a decadência política e uma crise moral. Todavia ainda temos tempo, mas não muito.

Fonte: Jornal La República, Espanha

terça-feira, 11 de maio de 2010

Trabalho escravo: uma herança perversa do capitalismo brasileiro


Trabalho escravo: uma herança perversa do capitalismo brasileiro

O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir a escravidão, o que ocorreu em 13 de maio de 1888, dia em que a Lei Áurea foi sancionada. A herança do antigo regime, porém, não desapareceu. Em pleno século XXI, o trabalho escravo ainda é uma infame realidade para milhares de trabalhadores e trabalhadoras, uma mancha vergonhosa na economia nacional, notada principalmente (embora não só) nas áreas rurais.
Aos poucos, após a Lei Áurea, as relações de trabalho características do escravismo foram cedendo espaço ao capitalismo, cujo pressuposto é a existência do trabalhador livre e despojado de meios de produção. Todavia, o trabalho escravo sobreviveu ao novo modo de produção, atravessou o século XX e amanheceu vivo no terceiro milênio, revigorado pela crescente desregulamentação das relações entre capital e trabalho, promovida pelo neoliberalismo.

Impunidade

O governo Lula tem se empenhado com seriedade no combate a esta prática hedionda, mas os interesses que a sustentam são poderosos e renitentes. Além disto, as ações públicas que se desenvolvem no Brasil neste sentido são insuficientes, conforme afirmou o secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag), Antônio Lucas Filho, em entrevista ao nosso portal reproduzida nesta reportagem.

As punições são leves face ao crime, o que torna comum a reincidência, e nossa morosa “Justiça” não raro é complacente ou mesmo cúmplice com os criminosos, geralmente muito bem situados na pirâmide social. A fiscalização deixa a desejar e a influência conservadora no Congresso Nacional também protege o trabalho escravo.

Superexploração

Uma das marcas registradas do capitalismo tropical é precisamente o grau superior de exploração da força de trabalho pelo capital. Isto explica, em parte, a sobrevivência de vestígios do antigo regime nas relações sociais modernas, especialmente no campo, até hoje carente e clamando por uma reforma agrária.

As empresas brasileiras praticam baixos salários e altas jornadas, nem sempre se pautam pelo respeito à legislação, em geral abominam os direitos sociais e a regulação das relações trabalhistas. Os capitalistas falam, é claro, em nome da liberdade (entre desiguais) e do liberalismo, da competitividade e do desenvolvimento. Afinal, jornadas longas, ampliadas pelas horas extras, “flexibilidade” e baixos salários foram “o verdadeiro motor do crescimento econômico brasileiro dos anos 1930 até os anos 1980”, conforme observou o sociólogo Sadi Dal Rosso (1).

Resistência

O caráter antissocial do capital e do capitalismo é notório. O trabalho escravo é o aspecto mais degradado e desumano do sistema. É um recurso que os empresários utilizam, especialmente no chamado agronegócio, para ampliar ainda mais o grau de exploração (ou extração de mais-valia, para usar um conceito consagrado por Karl Marx), de forma a maximizar o lucro.

Representantes do patronato que apela a este tipo de exploração gostam de negar a existência do trabalho escravo no Brasil, como fez a senadora Kátia Abreu, presidenta da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em recente entrevista à revista “Veja” (2). Um sinal, entre outros, da resistência das classes dominantes a medidas mais severas para combater o mal pela raiz.

Grandes empresas

É evidente que o trabalho escravo contemporâneo não possui as mesmas características do passado, mesmo porque a Lei Áurea de fato aboliu o direito de propriedade de um ser humano sobre o outro. Mas as relações de trabalho forçado, com novas características, infelizmente ainda persistem.

Há os que alegam que isto ocorre marginalmente, envolvendo apenas alguns empresários particularmente malvados ou inescrupulosos. Também isto não é verdade. A cadeia do trabalho escravo envolve a participação direta e indireta de grandes empresas, incluindo multinacionais como o Grupo Cosan e a JBS Friboi.

PEC do trabalho escravo

A razão maior para a persistência desta herança perversa do capitalismo brasileiro é a força política da “Casa Grande”, concentrada sobretudo na intitulada bancada ruralista. Esta é hostil a toda e qualquer mudança progressista na legislação neste e noutros terrenos. Obstrui a aprovação da PEC do Trabalho Escravo, que prevê a expropriação da propriedade em que for constatada a prática de trabalho escravo, e vocifera até contra a “lista suja” promovida pelo Ministério do Trabalho para denunciar empresas e empresários flagrados neste tipo de crime contra a força de trabalho.

A isto se soma, como salientou o dirigente da Contag, a pobreza e ignorância das vítimas, em sua maioria trabalhadores sem-terra e sem emprego, migrantes analfabetos, duros e lesos, que se submetem por necessidade e ingenuidade à exploração inescrupulosa dos intermediários de mão-de-obra. Mesmo quando resgatados pelo poder público, o trabalhador “sem qualificação nem escolaridade” tende a se submeter à mesma situação degradante. “O Estado tem de ter políticas públicas para isto”, cobra Antônio Lucas.

O problema não é só no Brasil, onde se estima em algumas dezenas de milhares o número de vítimas. Estudo da Organização Mundial do Trabalho (OIT) estima em mais de 12 milhões o número de trabalhadores submetidos à condição de trabalho que pode ser caracterizada como forçado ou escravo no mundo.

É o que o leitor e a leitora do Vermelho poderão perceber no conjunto de matérias que compõem esta reportagem especial sobre trabalho escravo no Brasil.

Da redação, Umberto Martins