domingo, 29 de maio de 2011

Quatro mentiras sobre o ambiente

Quatro mentiras sobre o ambiente
Escrito por Eduardo Galeano
19/05/2011

Quatro frases que aumentam o nariz do Pinóquio

1- Somos todos culpados pela ruína do planeta.

A saúde do mundo está feito um caco. “Somos todos responsáveis”, clamam as vozes do alarme universal, e a generalização absolve: se somos todos responsáveis, ninguém é. Como coelhos, reproduzem-se os novos tecnocratas do meio ambiente. É a maior taxa de natalidade do mundo: os experts geram experts e mais experts que se ocupam de envolver o tema com o papel celofane da ambiguidade.

Eles fabricam a brumosa linguagem das exortações ao “sacrifício de todos” nas declarações dos governos e nos solenes acordos internacionais que ninguém cumpre. Estas cataratas de palavras – inundação que ameaça se converter em uma catástrofe ecológica comparável ao buraco na camada de ozônio – não se desencadeiam gratuitamente. A linguagem oficial asfixia a realidade para outorgar impunidade à sociedade de consumo, que é imposta como modelo em nome do desenvolvimento, e às grandes empresas que tiram proveito dele. Mas, as estatísticas confessam.

Os dados ocultos sob o palavreado revelam que 20% da humanidade comete 80% das agressões contra a natureza, crime que os assassinos chamam de suicídio, e é a humanidade inteira que paga as consequências da degradação da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima e da dilapidação dos recursos naturais não-renováveis. A senhora Harlem Bruntland, que encabeça o governo da Noruega, comprovou recentemente que, se os 7 bilhões de habitantes do planeta consumissem o mesmo que os países desenvolvidos do Ocidente, “faltariam 10 planetas como o nosso para satisfazerem todas as suas necessidades”. Uma experiência impossível.

Mas, os governantes dos países do Sul que prometem o ingresso no Primeiro Mundo, mágico passaporte que nos fará, a todos, ricos e felizes, não deveriam ser só processados por calote. Não estão só pegando em nosso pé, não: esses governantes estão, além disso, cometendo o delito de apologia do crime. Porque este sistema de vida que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo e na aniquilação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo, está envenenando nossa alma e está deixando-nos sem mundo.

2- É verde aquilo que se pinta de verde.

Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus empréstimos. “Nas condições de nossos empréstimos há normas ambientais estritas”, esclarece o presidente da suprema instituição bancária do mundo. Somos todos ecologistas, até que alguma medida concreta limite a liberdade de contaminação.

Quando se aprovou, no Parlamento do Uruguai, uma tímida lei de defesa do meio-ambiente, as empresas que lançam veneno no ar e poluem as águas sacaram, subitamente, da recém-comprada máscara verde e gritaram sua verdade em termos que poderiam ser resumidos assim: “os defensores da natureza são advogados da pobreza, dedicados a sabotarem o desenvolvimento econômico e a espantarem o investimento estrangeiro.”

O Banco Mundial, ao contrário, é o principal promotor da riqueza, do desenvolvimento e do investimento estrangeiro. Talvez, por reunir tantas virtudes, o Banco manipulará, junto à ONU, o recém-criado Fundo para o Meio-Ambiente Mundial. Este imposto à má consciência vai dispor de pouco dinheiro, 100 vezes menos do que haviam pedido os ecologistas, para financiar projetos que não destruam a natureza. Intenção inatacável, conclusão inevitável: se esses projetos requerem um fundo especial, o Banco Mundial está admitindo, de fato, que todos os seus demais projetos fazem um fraco favor ao meio-ambiente.

O Banco se chama Mundial, da mesma forma que o Fundo Monetário se chama Internacional, mas estes irmãos gêmeos vivem, cobram e decidem em Washington. Quem paga, manda, e a numerosa tecnocracia jamais cospe no prato em que come. Sendo, como é, o principal credor do chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial governa nossos escravizados países que, a título de serviço da dívida, pagam a seus credores externos 250 mil dólares por minuto, e lhes impõe sua política econômica, em função do dinheiro que concede ou promete.

A divinização do mercado, que compra cada vez menos e paga cada vez pior, permite abarrotar de mágicas bugigangas as grandes cidades do sul do mundo, drogadas pela religião do consumo, enquanto os campos se esgotam, poluem-se as águas que os alimentam, e uma crosta seca cobre os desertos que antes foram bosques.

3- Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra.

Poder-se-á dizer qualquer coisa de Al Capone, mas ele era um cavalheiro: o bondoso Al sempre enviava flores aos velórios de suas vítimas… As empresas gigantes da indústria química, petroleira e automobilística pagaram boa parte dos gastos da Eco-92: a conferência internacional que se ocupou, no Rio de Janeiro, da agonia do planeta. E essa conferência, chamada de Reunião de Cúpula da Terra, não condenou as transnacionais que produzem contaminação e vivem dela, e nem sequer pronunciou uma palavra contra a ilimitada liberdade de comércio que torna possível a venda de veneno.

No grande baile de máscaras do fim do milênio, até a indústria química se veste de verde. A angústia ecológica perturba o sono dos maiores laboratórios do mundo que, para ajudarem a natureza, estão inventando novos cultivos biotecnológicos. Mas, esses desvelos científicos não se propõem encontrar plantas mais resistentes às pragas sem ajuda química, mas sim buscam novas plantas capazes de resistir aos praguicidas e herbicidas que esses mesmos laboratórios produzem. Das 10 maiores empresas do mundo produtoras de sementes, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). A indústria química não tem tendências masoquistas.

A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles. Chico Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil.

Cinco anos depois do crime, os bispos brasileiros denunciaram que mais de 100 trabalhadores rurais morrem assassinados, a cada ano, na luta pela terra, e calcularam que quatro milhões de camponeses sem trabalho vão às cidades deixando as plantações do interior. Adaptando as cifras de cada país, a declaração dos bispos retrata toda a América Latina. As grandes cidades latino-americanas, inchadas até arrebentarem pela incessante invasão de exilados do campo, são uma catástrofe ecológica: uma catástrofe que não se pode entender nem alterar dentro dos limites da ecologia, surda ante o clamor social e cega ante o compromisso político.

4- A natureza está fora de nós.

Em seus 10 mandamentos, Deus esqueceu-se de mencionar a natureza. Entre as ordens que nos enviou do Monte Sinai, o Senhor poderia ter acrescentado, por exemplo: “Honrarás a natureza, da qual tu és parte.” Mas, isso não lhe ocorreu. Há cinco séculos, quando a América foi aprisionada pelo mercado mundial, a civilização invasora confundiu ecologia com idolatria. A comunhão com a natureza era pecado. E merecia castigo.

Segundo as crônicas da Conquista, os índios nômades que usavam cascas para se vestirem jamais esfolavam o tronco inteiro, para não aniquilarem a árvore, e os índios sedentários plantavam cultivos diversos e com períodos de descanso, para não cansarem a terra. A civilização, que vinha impor os devastadores monocultivos de exportação, não podia entender as culturas integradas à natureza, e as confundiu com a vocação demoníaca ou com a ignorância. Para a civilização que diz ser ocidental e cristã, a natureza era uma besta feroz que tinha que ser domada e castigada para que funcionasse como uma máquina, posta a nosso serviço desde sempre e para sempre. A natureza, que era eterna, nos devia escravidão.

Muito recentemente, inteiramo-nos de que a natureza se cansa, como nós, seus filhos, e sabemos que, tal como nós, pode morrer.
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Eduardo Galeano, escritor, é autor de, entre outros, "As veias abertas da América Latina".

Bancada do PCdoB considera vitória aprovação do Código Florestal

Bancada do PCdoB considera vitória aprovação do Código Florestal

A bancada do PCdoB na Câmara divulgou nota oficial em que destaca a aprovação do novo Código Florestal pela Câmara dos Deputados na noite desta terça-feira, dia 24, como “uma grande vitória para o Brasil”. Leia íntegra da nota assinada pelo líder, deputado Osmar Júnior (PI):
A aprovação do novo Código Florestal pela Câmara dos Deputados, por uma maioria de 86% dos votos, foi uma vitória extraordinária para o Brasil, garantindo com equilíbrio a defesa das riquezas do nosso meio ambiente e o desenvolvimento dos potenciais agrícolas do país. E essa vitória se deve, em grande medida, à capacidade política de seu relator, o deputado Aldo Rebelo, que cumpriu sua missão com capacidade e equilíbrio.

A nova legislação ambiental e agrícola alcançou o apoio de mais de 86 por cento dos deputados, revelando principalmente o grande equilíbrio do texto formulado pelo relator Aldo Rebelo, contando com o apoio expresso do governo, de toda a sua base aliada e dos principais partidos oposicionistas.

Em um longo processo de debate e de negociação por mais de dois anos, Aldo Rebelo conduziu mais de cem audiências públicas em praticamente todos os Estados do Brasil, discutindo com pesquisadores e especialistas e com representantes de todos os interesses, sendo capaz de produzir o texto que, enfim, foi consagrado no plenário com um grau de consenso inédito em uma questão tão complexa.

O novo Código Florestal vem para conciliar a adequada proteção das riquezas de nosso meio ambiente – seus biomas e sua biodiversidade, patrimônio de todos os brasileiros – mas preservando o espaço para que a produção agrícola possa seguir se desenvolvendo, assegurando agora e no futuro, ao Brasil e ao mundo, a produção de alimentos, de matérias primas e também de energia limpa e renovável.

Sem mais desmatamento, recuperando às APPs e sem anistia

Dois pontos, em especial, do novo Código vêm sendo alvo de críticas, a nosso
ver, equivocadas. O primeiro diz respeito à preservação das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) que permanecem intocadas, tendo apenas sido alteradas as regras referentes às áreas que podem ter sido parcial ou totalmente suprimidas naquelas regiões de agricultura consolidada, inclusive as estabelecidas há décadas ou há gerações. Essas novas regras garantem que tais áreas serão recuperadas adequadamente e, segundo o Programa de Recuperação Ambiental, cujas exigências e prazos já constam do novo Código e que não foram objeto de nenhuma divergência durante a votação.

A segunda questão controversa é a suspensão condicionada das multas ambientais já emitidas, que é erroneamente divulgada como uma “anistia” a desmatadores. O relator, Aldo Rebelo, insistiu várias vezes que a solução que o novo Código adotou é a repetição de todas as disposições constantes da Liderança do Partido Comunista do Brasil – PCdoB na Câmara dos Deputados Decreto nº 7.029, de 2008, assinado pelo Presidente Lula e pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que concedeu um novo prazo para a recuperação das áreas preservadas devastadas, e suspendendo até o fim desse prazo a cobrança de multas já exaradas e a emissão de novas multas. O novo Código também incentiva os produtores a aderirem a um programa de recuperação ambiental e a cumprirem suas obrigações no prazo e nas condições estabelecidas. E apenas quando a recuperação das áreas não preservadas estiver concluída é que as multas devidas serão convertidas em pagamento de serviços ambientais e extinta a punibilidade. Até lá as multas estarão apenas condicionalmente suspensas, caso contrário, as multas voltarão a ser exigidas com todos os acréscimos de mora. Não há anistia!

Ao contrário também do que se afirma, o novo Código não só preserva e defende as áreas ambientais protegidas e ainda intactas, como permite que áreas devastadas no passado sejam reconstituídas por meio do Programa de Recuperação Ambiental, que conta com regras claras e estáveis, dando aos produtores agrícolas a necessária segurança jurídica. E as regras complementares necessárias à adequação do Programa às características específicas regionais serão de responsabilidade conjunta da União, dos Estados e do Distrito Federal, como prevê a Constituição. Não há nenhuma delegação da União aos demais entes federados para legislar sobre meio ambiente.

A emenda 164: dando segurança a dois milhões de famílias do campo

Essa segurança jurídica foi ainda estendida por meio da emenda 164, de autoria do PMDB, a um conjunto de produtores agrícolas situado em regiões de agricultura consolidada. Esses produtores, estimados pela Embrapa em dois milhões de famílias, a grande maioria delas de pequenos agricultores, habitam e produzem há gerações em áreas de beira de rios, posteriormente consideradas como de proteção permanente. O dispositivo que veio a ser alterado pela emenda 164 fazia com que essas famílias ficassem impossibilitadas de continuar suas atividades até que o Poder Público viesse a estabelecer a que novas regras eles teriam que obedecer para voltar a produzir. Mesmo a continuação da habitação dessas famílias em suas glebas estaria ameaçada pela ausência das novas regras.

Neste caso, o que fez a emenda 164 foi inverter a situação, permitindo que esses dois milhões de famílias continuem a morar e a produzir como dantes, até que as novas regras venham a ser estabelecidas. Mesmo assim, esses produtores serão restringidos, nas áreas de preservação, àquelas atividades de baixo impacto ambiental. Quando estabelecido o Programa de Recuperação Ambiental, essas áreas também estarão sujeitas às restrições que ali forem feitas às atividades agrossilvopastoris tradicionalmente praticadas. Fazer diferente seria deixar no abandono, de forma inaceitável, essas famílias de brasileiros.

Desse modo, ao contrário do que vem sendo dito, a emenda 164 não convalida as intervenções econômicas nas APPS. Todo o disposto no artigo alterado está subordinado ao conteúdo do seu § 3º, que dispõe sobre o Programa de Recuperação Ambiental (PRA). O conjunto dessas alterações estabelece que:

- a preservação integral das APP em áreas de risco;
- as vegetações nativas protetoras de nascentes, dunas ou restingas, somente
podem ser suprimidas em caso de utilidade pública;
- nas APPs, serão executadas apenas ações de baixo impacto ambiental previstas em lei;
- há vedação à expansão dessas ocupações em relação à situação existente
em 22/07/2008 (data de edição do Decreto 6.514) e - em relação às ocupações preexistentes a essa data, a manutenção das chamadas atividades consolidadas ficarão subordinadas ao Programa de Recuperação Ambiental, que será regulamentado por decreto presidencial.

Aprovamos essa emenda por considerá-la em perfeita concordância com o espírito que preside o novo Código, aliando à defesa dos interesses ambientais e produtivos à segurança jurídica dos brasileiros que produzem e residem no campo.

Brasília, em 25 de maio de 2011.
Osmar Júnior
Líder do PCdoB

SE INFORME SOBRE O NOVO CÓDIGO:
http://grabois.org.br/portal/noticia.php?id_sessao=8&id_noticia=5730

http://grabois.org.br/portal/noticia.php?id_sessao=8&id_noticia=5702

http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=155109&id_secao=29

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=155072

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=154950&id_secao=1

quinta-feira, 26 de maio de 2011

REPÚDIO A PREFEITURA DE ARACRUZ E POLÍCIA MILITAR

Registramos aqui nosso manifesto de indignação e repúdio ante a ação violenta da Polícia Militar do Espírito Santo na desocupação da área conhecida como “Nova Esperança”, no distrito de Barra do Riacho, município de Aracruz/ES, que resultou na expulsão de 330 (Trezentas e trinta) famílias, 1,6 mil pessoas, sendo que cerca de 400 (quatrocentas) eram crianças. Sequer foi levado em conta acordo oficializado entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) e o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), onde toda reintegração de posse deve ser comunicada ao CEDH com 48 horas de antecedência.

A ação criminosa da Policia Militar do Espírito Santo contou com um verdadeiro aparato de guerra através do Batalhão de Missões Especiais (BME), do Grupo de Apoio Operacional (GAO) e da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM), que utilizou desde atiradores de elite e 400 policiais militares a helicóptero, tratores e cavalaria, além de um leque de humilhações e agressões físicas para garantir a reintegração de posse da prefeitura de Aracruz contra uma população desarmada, composta em grande parte por mulheres, idosos e crianças. Destruíram todas as casas – construídas sem auxílio do poder público – moradores foram feridos e a comunidade desalojada, abrigados precariamente na quadra de esportes de Barra do Riacho, sem qualquer assistência das autoridades responsáveis.

D. Santa da Silva Peçanha, de 48 anos sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que culminou em sua morte um dia depois do ataque.

Há muito, a Polícia Militar do Espírito Santo e a Polícia Federal vêm sendo utilizada como órgãos de repressão aos movimentos sociais, aos estudantes e aos trabalhadores em ações covardes contra nosso povo, em benefício do patrimônio privado e interesses financeiros de indústrias estrangeiras que aqui se instalaram, com a conivência e proteção do poder público. É de total relevância rever este modelo de desenvolvimento econômico, que traz consigo um ônus ambiental e social, expulsando e desapropriando as populações do campo, gerando toda nuance de exclusões.

Pessoas pobres, honestas e de bem foram tratadas como criminosas pelos governo estadual do Espírito Santo e municipal de Aracruz, numa incabível, vergonhosa, absurda e intolerável ação orquestrada pelas autoridades políticas e pelo judiciário daquele município com a displicência ou apoio do governo do Estado.

Perplexos diante do total desrespeito aos Direitos Humanos ocorrido em Barra do Riacho, expressamos aqui nossa irrestrita e ampla solidariedade às famílias aguerridas, alijadas em seu exercício de luta por direito à dignidade da moradia.

Cobramos das autoridades uma resposta à altura para este fato lamentável orquestrado pelo poder público que envergonha a todos nós, capixabas.

Exigimos também a punição exemplar e imediata dos responsáveis pela ação, a reparação dos danos materiais causados às vítimas, respaldo emocional às crianças que encontram-se ainda assustadas com tamanha brutalidade, e, retratação pública dos dois governos – estadual e municipal - sobre este ato covarde e contrário aos direitos constitucionais.

Continuemos na luta! Por uma cultura de paz e por direitos humanos, sociais e políticos! Por justiça e solidariedade!

CEBRAPAZ/ES – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz

segunda-feira, 23 de maio de 2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

FIM DA 2º GUERRA. VIVA O SOCIALISMO!

Pronunciamento de Josef Stalin à nação em 9 de Maio de 1945*

Camaradas! Compatriotas!

O grande dia da vitória sobre a Alemanha chegou. A Alemanha fascista, derrotada pelo
Exército Vermelho e pelas Forças Aliadas, reconheceu sua derrota e anunciou sua rendição incondicional.

No dia 7 de Maio o documento preliminar da rendição foi assinado na cidade de Rheims. No dia 8 de Maio os representantes da Alemanha, na presença do Alto Comando das Forças Aliadas e do Alto Comando das Forças Armadas Soviéticas, assinaram em Berlim a ata final de rendição, que entrou em vigor a partir da meia-noite do dia 8 de Maio.

Sabendo dos hábitos sujos das autoridades alemãs, que consideram acordos como apenas um pedaço de papel, nós não temos nenhuma base para confiar em suas palavras. Mas, a partir dessa manhã, as tropas alemãs, ao preencherem a ata de rendição, começaram, em escala massiva, a entregar suas armas e suas tropas a nós.

Isso não é apenas um pedaço de papel. Essa é a real rendição das Forças Armadas da Alemanha. Entretanto, um grupo de tropas alemãs na região da Checoslováquia está ainda se recusando a render-se. Mas eu espero que o Exército Vermelho os traga logo à realidade.

Agora nós podemos legitimamente anunciar que o histórico dia da derrota final da Alemanha chegou. O dia da grande vitória da nossa nação sobre o imperialismo alemão.

O grande sacrifício que nós tivemos de suportar em nome da liberdade e da independência da nossa Terra-Mãe, os incontáveis sofrimentos e perdas que nossa nação sofreu durante a guerra, o duro trabalho que tivemos, tanto no front quanto na retaguarda, nós oferecemos ao altar da vitória. Não foi em vão e foi coroada com a completa vitória sobre o inimigo.

A antiga luta das nações eslovacas para sua existência e independência terminou com
vitória sobre os invasores alemães e sobre a tirania alemã.

De agora em diante, acima da Europa voará a grande bandeira de liberdade das nações e paz entre as nações.

Três anos atrás, Hitler anunciou para todo o mundo que entre suas metas estava a
desintegração da União Soviética, dilacerando com isso o Cáucaso, a Ucrânia, a
Bielorússia, as Nações Bálticas e outras regiões. Ele disse abertamente: "Nós
destruiremos a Rússia e ela nunca será capaz de se reerguer outra vez". Isso há três
anos. Mas as idéias loucas de Hitler não tiveram nenhuma chance de se tornarem realidade.

O progresso da guerra os destruiu completamente. De fato, a realidade está completamente contrária aos loucos sonhos de Hitler. A Alemanha está destroçada. As tropas alemãs declararam sua rendição. A União Soviética está celebrando vitória, a despeito do fato de resolutamente não querer nem dividir nem destruir a Alemanha.

Camaradas!

A Grande Guerra Patriótica terminou com nossa completa vitória. Os tempos de guerra na Europa chegaram ao fim. O tempo de desenvolvimento pacífico está começando.

Meus caros compatriotas, eu desejo a vocês tudo de melhor com a vitória!

Glória para o nosso heróico Exército Vermelho, que defendeu a independência da nossa terra-mãe e derrotou o inimigo!

Glória para a nossa grande nação, a nação triunfante!

Glória eterna aos heróis que morreram durante a guerra e deram suas vidas para a
liberdade e felicidade de nossa nação!


Josef Stalin

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ENCONTRO DE DIRIGENTES MUNICIPAIS E ESTADUAL

PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL - PCDOB
COMITÊ ESTADUAL – ESPÍRITO SANTO
Sede: Rua Henrique Laranja, 330, Sala 405, Ed. Lê Bureau, Centro, Vila Velha (ES), (27) 3062.1665 / 3062.0665 / 3033.5729 / 3032.4447
Ref: Rua da Antiga Prefeitura, Próximo ao Shopping da Terra

ENCONTRO DE DIRIGENTES MUNICIPAIS
***C O N V O C A Ç Ã O***

21/05/2011, 9h às 17h
AUDITÓRIO DO SINDICATO DOS ESTIVADORES DO ESPÍRITO SANTO. Avenida República, 10, Centro, Vitória (ES),
Tel 2104-2002 (Próximo ao Porto, Moinho Buaiz, TV Vitória e Supermercado São José).

Camaradas, o processo eleitoral de 2012 está em curso por todo o país. Estamos em uma fase onde os partidos preparam seus “exércitos” para a batalha vindoura. Paralelamente, acontece no Congresso Nacional debate sobre a reforma política, que pode modificar toda formatação conhecida atual sobre às eleições.

Precisamos preparar o PC do B para as batalhas políticas, sociais, e também eleitoral. Independente da reforma política (que pode acontecer), precisamos de um partido maior, estruturado (tanto organicamente como financeiramente), forte, unido, com inserção social, prestígio político e influência eleitoral. E esta tarefa tem que ser compreendida por todos, em especial, os dirigentes partidários.

O Comitê Estadual do PC do B (ES) discutiu e definiu prioridades para às eleições de 2012. Agora precisamos ouvir e debater com os Comitês Municipais para fortalecer nossa ação.

Convocamos, em caráter obrigatório para todos os Presidentes e Secretários de Organização dos Comitês Municipais no Estado do Espírito Santo, os membros do Comitê Estadual, os parlamentares, os detentores de cargo comissionado municipais e estadual, e convidamos os demais dirigentes para participar do Encontro de Dirigentes Municipais que discutirá o Projeto 2011/2012 e Organização Partidária.

SERÁ REALIZADO DIA 21 DE MAIO (sábado) DE 2011, DE 9h às 17h.
Local: AUDITÓRIO DO SINDICATO DOS ESTIVADORES DO ESPÍRITO SANTO. Avenida República, 10 - Centro - Vitória - ES -
Telefone - 2104-2002 (Próximo ao Porto, Moinho Buaiz, TV Vitória e Supermercado São José).



RONALDO RODRIGUES BARBOSA
PRESIDENTE
3033.5729 / 8821.6572 (OI)

ANDERSON FALCÃO AZEVEDO
SECRETÁRIO DE ORGANIZAÇÃO
3032.4447 / 8118.8254 (TIM) / 9978.8803 (VIVO)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Assinatura da Lei Áurea - refletir é preciso

Após 123 anos da assinatura da Lei Áurea, me sinto responsável em refletir sobre essa data como homem público, negro e cidadão.

Por Netinho de Paula*
A conquista da liberdade foi, sem dúvida, um acontecimento histórico relevante. Entretanto, devemos analisar as consequências e heranças deste processo, visto que os negros ainda sofrem sequelas evidentes do regime escravocrata, que vigorou por quase 400 anos. Este momento deve suscitar a reflexão em cada um de nós, brasileiros, sobre o papel dos afrodescendentes na construção e no desenvolvimento do Brasil e de negros e brancos na superação desses problemas. Existem duas perguntas muito recorrentes: De que forma o país buscou reparar séculos de injustiças com os negros? Quais foram os nossos esforços para acabar com as desigualdades e os preconceitos?

Com o fim da escravidão, não houve acesso ao mercado de trabalho para absorver a mão-de-obra negra. Tivemos como resultado uma população negra excluída dos mecanismos democráticos de ascensão social, econômica e cultural.

Durante um debate promovido pelo meu Professor Aldo Fornazieri, no curso que faço na Escola de Sociologia e Política, alguns dos meus colegas se surpreenderam com determinados dados sobre esse tema: o Brasil é o segundo maior país em população negra do planeta, atrás apenas da Nigéria. No ano de 2009, apenas 4,7% dos negros e 5,3% dos pardos com 25 anos ou mais tinha curso superior contra 15% dos brancos (dados da Síntese de Indicadores Sociais). Em 2008, morreram, no Brasil, 103% mais negros que brancos, ou seja, em cada três assassinatos, duas vítimas eram negras (Mapa da Violência 2011). O estudo da UFRJ (2006) demonstrava que o rendimento mensal médio dos homens brancos era de 98,5% a mais do que os ganhos mensais de negros e pardos. No caso das mulheres, essa disparidade era de 91,9% entre brancas e negras.

O Estado Brasileiro acordou muito tarde para a negligência com relação aos afrodescendentes, que se instalou ao longo da nossa história. Porém, reconheço avanços a partir do ciclo democrático do pais. Foi na Constituição de 1988, que pela primeira vez, o Estado Brasileiro aprovou um artigo especifico de políticas para a população negra. Em seguida o governo FHC cria o Grupo de Trabalho Interministerial - População Negra, sendo o primeiro presidente a reconhecer a existência da discriminação racial no Brasil. Foi a partir da eleição de Lula que se ampliaram as políticas publicas para a população negra. Esse processo resultou na criação da Seppir e na aprovação da Lei 10.639, em 2.003, que tornou obrigatória a inclusão do estudo da História e Cultura Afro-brasileira nas escolas.

Com isso, buscou-se resgatar a contribuição histórica dos negros no crescimento de nosso país. A criação do Prouni, a adoção de políticas de cotas e experiências como a Faculdade Zumbi dos Palmares são ações afirmativas que possibilitaram a inclusão de negros e negras no ensino universitário. A criação do Estatuto da Igualdade Racial também foi um passo muito importante para o combate à discriminação e a promoção da igualdade de oportunidades e ao desenvolvimento da democracia brasileira.

Estamos acompanhando o surgimento de uma nova e promissora classe C, composta predominantemente por negros. Por mais que a pobreza tenha diminuído em nosso país, inevitavelmente temos um grande desafio pela frente: acabar com a miséria.

Desde o início do seu mandato, a presidenta Dilma Rousseff vem reiterando a sua preocupação com esta questão, ao defender que “País rico é pais sem pobreza”. Eu acrescentaria: sem racismo.

Sei que há muito ainda a ser feito. Neste dia 13 de maio de 2011, somos metade dos 190 milhões de brasileiros. E defendo que reconhecer o negro com o mesmo direito e oportunidade do branco é elevar o pais a um outro patamar de desenvolvimento.

Como diz meu amigo Mano Brown: “Dinheiro no bolso. Deus no coração. Família unida e champanhe pros irmãos!”


* Netinho de Paula (PCdoB) é vereador de São Paulo


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=154155&id_secao=1

quarta-feira, 11 de maio de 2011

OFINA DE FORMAÇÃO CEBRAPAZ ES




Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz

www.cebrapaz.org.br



CONVITE

OFICINA DE FORMAÇÃO



14 E 15 DE MAIO



O CEBRAPAZ em convênio com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República convida para participar da “OFICINA DE FORMAÇÃO DO CEBRAPAZ”.



*** CURSO COM CERTIFICADO ***



O CEBRAPAZ em convênio com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República irá dar início á operacionalização de oficinas de formação em 13 (treze) Núcleos do CEBRAPAZ nos Estados.



O Projeto “Balcão de Direitos – Construindo uma Cultura de Paz” compreende a execução das 13 Oficinas de Formação e 01 Seminário Internacional, além da produção de material bibliográfico e audiovisual sobre a temática.



CARGA HORÁRIA

A oficina de formação tem carga horária total de 16 horas. Serão executadas em 02 (dois) dias, 14 e 15 de maio de 2011.



CERTIFICADO

Será dado certificação de participação para os participantes que assinaram as listas de presença nos 02(dois) dias da oficina de formação.



GRADE CURRICULAR

A grade curricular da formação é composta por 8 Módulos Temáticos de 2 horas (Ver Quadro).



Módulo
Tema
Conteúdo
Carga Horária



Módulo

1
História da Luta pela Paz
Histórico do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz. A luta pela Paz no mundo e no Brasil de modo organizado, desde 1949l. A visão de Paz como Direito Humano. Exemplos de ações.












2 horas

Módulo

2
Sociabilidade – Valores Humanos e Respeito ao Próximo
Valores para a boa convivência em sociedade. Em todas as circunstâncias: casa, com vizinhos, amigos, colegas, na busca da Paz e do direito alheio


2 horas





Módulo

3


Inclusão Legal
A Justiça é dos mais fortes. Como mudar isso e ampliar a sua ação p/atender os mais fracos. Atitudes para conseguir a inclusão. Meios para isso, advogados, MP e entidades.






2 horas

Módulo

4
Polícia e Cidadania
O papel das polícias. O cidadão e a polícia, relações e conflitos. Experiência do Rio. Policiais corruptos, como lidar com eles. Legislação.




2 horas

Módulo

5
Paz, Direitos Humanos e Mídia
Meios de comunicação e a Cultura da Paz e de Desigualdade. A quem serve a grande mídia. Como quebrar o monopólio. Meios alternativos.




2 horas

Módulo

6
Diversidade Social e Racial
Negro, índio, caboclo, deficiente físico, pobre, rico. O princípio da Igualdade na ONU e na Constituição Brasileira. O que é feito e o que fazer para pôr fim à discriminação.






2 horas

Módulo

7
Estrangeiros: Os de Fora Aqui e Nós Lá Fora
A tradição brasileira de receber estrangeiros, desde D. Pedro II. Hoje, os vizinhos latinos, os asiáticos, o trabalho semi-escravo. Ações.




2 horas

Módulo

8
Avaliação e Balcão de Ações
Dinâmica de grupo com avaliação da metodologia construída e propostas de ações para dar seguimento ao programa.






2 horas


LOCAL DE REALIZAÇÃO DO CURSO

O Curso será realizado no Auditório do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado do Espírito Santo – Sindialimentação, situado à Estrada Jerônimo Monteiro, 1732, Glória, Vila Velha. CEP: 29.101.100
Telefax: 3339.5027, em frente à Chocolates Garoto, ao lado da Igreja Católica da Glória.



MATERIAL DIDÁTICO

Os participantes receberão 01 apostila, 01 kit aluno contendo 01 bloco de anotações, 01 caneta e 01 pasta. Além de textos e folders com a programação.



ALIMENTAÇÃO

O Projeto viabilizará coffee breack (manhã e tarde) nos 02(dois) dias de realização da Formação.



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ANDERSON FALCÃO
Blog:http://andersonfalcaoazevedo.blogspot.com
Móvel: (27) 8118.8254 TIM
(27) 3032.4447 LIVRE (EMBRATEL)
(27) 9978.8803 VIVO

quinta-feira, 5 de maio de 2011

AMOR E LOUCURA

Um certo dia a LOUCURA, resolveu convidar seus amigos para um café à tarde. E convidou a todos...

Aos poucos foram chegando, a TRISTEZA, a ALEGRIA, o AMOR, a CURIOSIDADE, o DESESPERO, a FELICIDADE, o MEDO, a INCERTEZA, a DÚVIDA, e todos os outros sentimentos... Após o delicioso café servido com biscoitos, a LOUCURA, louca como é, resolveu chamar todos os seus amigos sentimentos para brincar de esconde-esconde, e sugeriu que como foi dela a idéia da brincadeira, seria a primeira e contar até cem, enquanto os amigos se esconderiam, e o primeiro a ser encontrado seria o próximo a contar...

Ah! A ALEGRIA, foi logo fazendo festa enquanto a LOUCURA contava, e procurou um lugar para se esconder, o DESESPERO ficou logo desesperado pensando em ser encontrado, o MEDO se escondeu em um lugar quase impossível de se achar, a INCERTEZA corria de um lado para outro procurando onde se esconder, a TRISTEZA já estava ficando triste ao saber que a LOUCURA já estava contando, 90, 91...

Até que chegou ao cem e abriu os olhos para procurar seus amigos...

De primeira encontrou a DÚVIDA em cima de uma cerca escolhendo de que lado iria se esconder, se do lado de dentro, ou do lado de fora, a ALEGRIA logo apareceu de seu esconderijo querendo ser encontrada e brincar com seus colegas, a CURIOSIDADE saiu de seu esconderijo, pois queria saber as novidades, e aos poucos todos os sentimentos foram saindo de seus esconderijos...

Até que alguém perguntou onde estava escondido o AMOR???

A LOUCURA, saiu a procura do AMOR e o encontrou escondidinho no meio de uma roseira, e querendo retirá-lo logo de seu esconderijo, foi afoita revirando os arbustos arrancando as rosas, louca como era, e sem querer machucou o AMOR com os espinhos da roseira, cegando seus olhinhos... Então a LOUCURA pediu perdão ao AMOR por deixa-lo ficar cego e prometeu que se ele lhe perdoasse iria andar junto com ele para ampará-lo por toda a vida... Diante de tamanha ajuda o AMOR perdoou a LOUCURA...

Desde então o AMOR é cego e a LOUCURA caminha e vive junto com ele...

***meio bobo, mas interessante***

Aprendendo a consertar o mundo

Aprendendo a consertar o mundo


Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.

Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção. De repente deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava! Com o auxílio de uma
tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:

-Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho. Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Algumas horas, depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
-Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!

A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz?

-Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?

-Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.